Em alinhamento com setor produtivo, Brasil quer apresentar soluções climáticas na COP 28 

Em evento que aconteceu na sede da Confederação Nacional da Agricultura em Brasília, representantes do setor produtivo e do governo federal debateram a participação do Brasil e como o país pode apresentar soluções climáticas na COP 28. A 28ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima acontece de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.  

A posição do governo brasileiro na Conferência deve destacar as práticas já adotadas na agricultura, o reflorestamento, os produtos de baixo carbono e as energias renováveis do país. A secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, quer colocar o Brasil no centro das discussões e apresentando soluções a partir da experiência.  

“O Brasil vai chegar na COP de cabeça para cima, participando das negociações e das reuniões bilaterais e multilaterais. Percebemos que o Brasil está muito vulnerável, mas que é um grande provedor de soluções”, afirmou.  

Segundo a gestora, essa posição se deve aos efeitos já observados em ações implementadas em 2023 no que se refere ao combate às mudanças climáticas no país.  

“Começamos a caminhar no governo com o desmatamento sendo combatido. O desmatamento na Amazônia caiu 49,5% de janeiro a setembro comparado com o mesmo período do ano passado. São menos 200 mil toneladas de carbono evitadas de se colocar na atmosfera”, relatou. 

Agricultura e sustentabilidade  

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, trouxe luz ao papel dos produtores na preservação do meio ambiente. Para ele, o setor produtivo brasileiro conhece as responsabilidades e oportunidades. Segundo ele, um dos projetos que deve estar presente na apresentação brasileira é a recuperação de pastagens degradadas, ação que se destaca como uma alternativa efetiva de aumento da produção agropecuária com sustentabilidade e sequestro de carbono.  

“Nós temos consciência da nossa oportunidade. O mercado de carbono tem que ter parametrizações específicas para o clima tropical, pois quando se converte pastagem de baixa produção ou degradada, que é emissora de CO2, em pastagem tecnológica com grande área foliar, há sequestro de carbono. E faz do Brasil esse grande potencial em crescimento de produção, mas sobre áreas degradadas e não sobre floresta”, explicou Fávaro durante o evento.  

Compromissos do setor produtivo 

O presidente da Confederação Nacional da Agricultura, CNA, João Martins, entregou às autoridades do governo brasileiro um documento contendo o posicionamento do setor para a COP 28. O texto foi construído conjuntamente com produtores rurais de todo o Brasil, Federações estaduais de agricultura e pecuária e sindicatos rurais. 

“O Acordo do clima deve estar lastreado na importância do papel do setor agropecuário, nas obrigações e benefícios que resultam desse compromisso. Nossa agropecuária tem grande potencial para manter positivo o balanço de emissões. Não só para garantir o desenvolvimento próprio, mas para ações globais de cobenefícios providos por parte do agro brasileiro. O exercício pleno do potencial brasileiro para cumprir uma das metas mais ambiciosas de redução de emissões exige a definição de uma estratégia clara e transparente que concilie segurança alimentar e energética à segurança climática”, afirmou o presidente da CNA.  

O posicionamento entregue aos representantes do governo aborda a visão da CNA sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), balanço global de ações, mecanismo de adaptação, novas metas quantificadas de financiamento, ação climática para agricultura e segurança alimentar, além da operacionalização do mercado de carbono global. O texto pode ser lido na íntegra no site da CNA.  

O documento foi entregue ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao embaixador extraordinário para Mudanças Climáticas do Ministério das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, à secretária nacional de Mudanças Climáticas do Ministério do meio Ambiente, Ana Toni, ao presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion, e à senadora Tereza Cristina. 

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) – ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança do Clima.

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