Dando sequência à série de entrevistas com possíveis candidatos à Presidência da República em 2022, o Sistema Sagres conversou na manhã desta sexta-feira (17/9) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já passaram pela sabatina de Rubens Salomão, Cileide Alves e Jéssica Dias, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).

Leia também: Avaliação de Bolsonaro piora, e reprovação de 53% é novo recorde do presidente, mostra Datafolha

Confira a entrevista na íntegra:

Iniciando a entrevista, Lula fez uma avaliação sobre os números do Datafolha divulgados nesta sexta-feira (17/9) pelo site do jornal “Folha de S.Paulo”. A pesquisa mostrou que Lula tinha 26% e agora tem 27% das intenções de voto na pesquisa espontânea. Jair Bolsonaro tinha 19% e agora tem 20%. No segundo turno, o ex-presidente tem 56% (58% no último relatório), contra 31% (os mesmos 31% na pesquisa anterior) de Bolsonaro.

“Eu sinceramente não sei porque que se inventou para a disputa a palavra polarização. O PT polariza desde 1989 com Collor, com Fernando Henrique Cardoso, Serra, Alckmin. Eu acho cedo para a gente ficar apreciando com muito destaque as pesquisas. A pesquisa é uma fotografia que pode mudar daqui a um mês. O que precisamos entender é que as pesquisas serão mais contundentes quando a campanha começar. Aí sim, vão mostrar um quadro real”, disse.

Lula comentou a nota que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) divulgou dois dias após atacar o Judiciário e seus membros em discurso durante protestos. Na nota, Bolsonaro disse não ter tido intenção de agredir “quaisquer dos outros Poderes”, em uma tentativa de reduzir a fervura da crise institucional. A construção do discurso teve ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB).

“Eu não sei se alguém acreditou na nota feita pelo Temer. Não sei se alguém acreditou que ele estava falando a verdade. Ele (Bolsonaro) não poderia ter feito o que fez, ele ofendeu as pessoas, as instituições. Ele (Temer) escreveu a carta porque Bolsonaro estava bastante fragilizado. Mas acho que ninguém acreditou. Não era necessário ninguém dar conselho para o presidente, porque esse é o papel do presidente: governar pensando em todas as pessoas. A nota foi a confirmação da fragilidade do presidente Bolsonaro”, ressaltou.