O sucesso obtido pelo Atlético Goianiense na última temporada não é segredo para ninguém, até porque além de chegar às oitavas-de-final da Copa do Brasil, o rubro-negro também conquistou seu maior objetivo de permanecer na Série A do Campeonato Brasileiro e, de quebra, garantiu vaga na Copa Sul-Americana. O bom desempenho dentro das quatro linhas refletiu nos números referentes ao balancete do último ano divulgado pelo clube no mês de abril.

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No documento, o Dragão registrou uma receita líquida de R$ 51.240.864,00, sendo que a maior parte desse valor é referente à cota de televisão para a transmissão das partidas durante o Brasileirão (R$ 38.905.960,00). Outro quesito que chama atenção é que, diferente de algumas equipes, mesmo com a pandemia o clube teve um superávit de R$ 2.163.002,00 comparado ao balanço de 2019.

“Nós fazemos uma avaliação comparando os últimos quatro anos do Atlético-GO, que foram anos de superávit. Não tivemos um superávit (em 2020) tão bom quanto imaginávamos por conta da pandemia, mas tivemos um crescimento em relação ao ano anterior. Quando comparamos os últimos seis anos, o superávit do Atlético-GO já ultrapassou R$ 15 milhões, o que é algo muito positivo. Mas em comparação à última temporada esse número poderia ter sido muito melhor porque só de receita de bilheteria, a gente calcula que o clube perdeu R$ 8 milhões”, explicou o diretor administrativo do Atlético-GO, Marcos Egídio.

Além da ausência do torcedor nas partidas, outro setor afetado pela pandemia foi o dos patrocínios. Durante o período de paralisação do futebol alguns contratos foram encerrados e comprometeram a receita, inclusive do patrocinador máster que ajudaria com as despesas da reforma que o Estádio Antônio Accioly precisou passar para receber os jogos do Brasileirão.

“Nós chegamos a fechar um patrocínio máster com a Estadium.bet que iria pagar R$ 200 mil por mês, tínhamos também patrocínio da Luztol, Unimed e que perdemos. A ‘WAM’ e a Luztol voltaram a partir de junho. Então perdemos muitos patrocínios, inclusive o máster, que representaria uma perda de R$ 3 milhões”, revelou o dirigente atleticano.

Se o clube lamenta a queda dos valores relacionados ao marketing na última temporada, já há o que comemorar nos primeiros meses de 2021. Nesta semana o departamento financeiro deve disponibilizar o balanço do trimestre ‘janeiro-fevereiro-março’ com um superávit superior à R$ 6 milhões, quase três vezes maior do que o registrado durante todo o ano de 2020.

“Crescimento nos primeiros meses do ano como eu acho que nunca aconteceu na história do clube”, ressaltou Marcos Egídio em entrevista à Sagres. Ele ainda afirmou que esse saldo positivo pode ser até cinco vezes maior se o Atlético Goianiense permanecer na elite do futebol brasileiro.

O dirigente rubro-negro ainda destacou que a receita líquida de 2020 seria maior do que a que foi registrada no valor de pouco mais de R$ 51 milhões, já que alguns montantes foram repassados ao Dragão em 2021 e serão divulgados no balancete deste ano. Os repasses restantes são mais de R$ 4 milhões de alguns jogos do Dragão que foram transmitidos em TV aberta e de R$ 11 milhões referente à cota de premiação do 13º lugar obtido pelo clube goiano na última edição do Campeonato Brasileiro.

Ao passo que aumenta sua receita, o Atlético Goianiense consegue recursos para ir quitando suas dívidas. Atualmente o passivo do clube é de pouco mais de R$ 30 milhões, entre dívidas trabalhistas, despesa com o departamento de futebol e, principalmente, com as parcelas do PROFUT (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro).

“Cerca de R$ 17 milhões desse valor todo corresponde ao PROFUT. Além disso, parte desse valor corresponde a contratos que o clube fez compromissos para o ano de 2021. Então, todos os atletas que estão no Atlético-GO e os seus salários serão pagos, também esses valores já contam como dívida do clube porque terão que ser pagos. Temos que provisionar porque você já está devendo, quando você assinar o contrato você já deve para ele”, revelou.

(Clique aqui e confira o balanço do Atlético Goianiense)