Empresários formalizaram a entrega ao ministro da Economia, Fernando Haddad, na última semana, de uma série de propostas para o chamado Pacote Verde. O plano da pasta tem medidas para estimular o desenvolvimento de economia sustentável e agora recebe sugestões do setor produtivo. O Plano de Transição Ecológica prevê medidas em seis eixos principais, incluindo a regulação do mercado de carbono.
O encontro com Haddad em São Paulo contou com executivos que fazem parte do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). A organização representa mais de 100 empresas de grande porte, que encaminharam propostas do setor privado para uma economia sustentável em cada um dos eixos do programa, que ainda está sendo formulado.
A expectativa é que o “Pacote Verde” tenha apresentação ainda em agosto, com as medidas implementadas de forma gradual ao longo dos próximos anos, incluindo ações de incentivo à bioeconomia e a criação de títulos verdes, os green bonds. Entre os pontos prioritários do setor privado, estão a regulação do mercado de carbono e a definição da taxonomia verde, ou seja, um padrão para classificar o impacto socioambiental e climático de atividades empresariais.
Economia sustentável
Marina Grossi, presidente do CEBDS, diz que o Pacote vai trazer mais segurança jurídica para empresas investirem em ações para a descarbonização: “O mundo precisa caminhar para o net-zero em 2050. O novo padrão de desenvolvimento global é ligado à descarbonização e aos padrões mais sustentáveis”.
Organização
“A gente não faz uma transição ecológica sem uma governança estruturada. Precisamos de uma priorização que sinalize uma política de estado”, afirma sobre o desenvolvimento da economia sustentável.
Encontro
Essa foi a segunda reunião de empresários com o ministro da Fazenda para debater o “Plano de Transição Ecológica”. Em junho, o grupo apresentou diretrizes para o Pacote e tiveram acesso ao rascunho do projeto em elaboração pela equipe de Haddad. As propostas incluem medidas legais e infralegais. Parte das medidas precisaria passar pelo Congresso.
Presenças
Participaram do encontro CEOs, vice-presidentes e diretores da Acciona, Ambev, Arcadis, Banco do Brasil, BNDES, BNP Paribas, Braskem, CBA, Ecolab, Eletrobras, Eneva, ERM, JBS, Neoenergia, Nutrien, Prumo Logística, Schneider Electric, Shell, Siemens, Siemens Energy, Unilever, Vibra Energia e Yara.
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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 09 – Indústria, Inovação e Infraestrutura; ODS 12 – Consumo e Produção Renováveis; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática; ODS 15 – Vida Terrestre; e ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes.