A maioria das escolas que ofertam Educação Infantil no país não possui estruturas básicas para atender as crianças da faixa etária. Dados consolidados pelo Todos Pela Educação com base no Censo Escolar 2022 apontam ausência de material pedagógico infantil, biblioteca ou sala de leitura, refeitório, parques infantis e banheiros adequados.

O Censo Escolar é um levantamento do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Assim, através dele, o Todos Pela Educação detalhou a realidade do ensino direcionado para a Primeira Infância. 

Entre os dados, chama atenção que 55% das unidades não têm privadas e lavatórios apropriados para crianças de até seis anos. Além disso, há outras que não possuem serviços fundamentais de abastecimento de água, rede de esgoto ou coleta de lixo.

Desenvolvimento infantil

Segundo o Todos Pela Educação, as escolas públicas concentram o maior número de matrículas para a fase de estudo, com 73,4% das matrículas dentro de um universo de 80,5 mil unidades. 

Daniela Mendes, analista de Políticas Educacionais do Todos Pela Educação, argumenta que as políticas públicas inadequadas afetam o bem-estar e o desenvolvimento das crianças. 

“Na realidade desigual do país, a escola tem um papel fundamental de oferecer às crianças os estímulos para que se desenvolvam não só na parte cognitiva, mas também nas partes física e socioemocial”, destaca.

Retrato

Os números específicos  para a Primeira Infância alertam para a condição do ensino: 64% não têm parques infantis, 37% faltam material pedagógico infantil e 55% não têm banheiros adequados. Mas em relação a estrutura, 80% não possuem biblioteca e 53% não têm refeitório. 

Ademais, os serviços fundamentais de rede de esgoto são ausentes em 59% de unidades. E ainda tem 36% que funcionam sem abastecimento de água e 30% não contam com serviço de coleta de lixo.

“Os impactos negativos de uma escola sem qualidade na primeira infância podem se refletir ao longo de toda a vida”.

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