(Foto: Rubens Salomão / Sagres On)

A secretária de Educação, Fátima Gavioli, disse nesta quinta-feira (8) à Sagres 730 que espera estadualizar boa parte das escolas particulares conveniadas com o Estado. A secretaria anunciou na semana passada que vai cancelar em médio prazo esses convênios que consomem R$ 89 milhões por ano ao Tesouro estadual. Por isso, em 2020 a secretaria vai cortar todos os servidores administrativos e 50% dos professores cedidos a essas escolas. Em função disso, duas delas já decidiram entregar a gestão ao Estado.

As 67 escolas conveniadas com a Secretaria de Educação em Goiás recebem anualmente R$ 89 milhões por ano, o que significa R$ 110 mil por mês em média para cada escola. Já uma escola estadual custa mensalmente, também em média, R$ 40 mil (esse custo é feito com base na folha de pagamento). Isso ocorre, explica a secretária, porque boa parte dos professores e dos funcionários administrativos das conveniadas, que são cedidos pelo Estado, são efetivos, com maiores salários que os temporários que estão nas públicas. 

Essas escolas custam mais caro, mas seus alunos são considerados da rede privada. Com isso, a conveniada não pode receber recursos do Fundeb e as avaliações de seus alunos não entram no cálculo do Ideb das escolas públicas, mas, das particulares. Por tudo isso a secretaria decidiu cortar os convênios, a maioria com escolas ligadas a igrejas. “Essas 67 escolas, que fazem um trabalho maravilhoso, o aluno delas não entra no meu censo [rede pública], ele entra no censo da rede privada”, afirmou. “E esse professor que eu pago na conveniada, uma folha que por ano representa R$ 89 milhões, eu tiro do Fundeb, então se você observar é uma questão de legalidade”, completou.

Avaliação Educacional 

O Saego é um método de avaliação dos alunos da rede estadual de ensino (e escolas conveniadas participantes). A prova era realizada anualmente e agora será a cada dois anos. A secretária de Educação, Fátima Gavioli, disse que não faz sentido para Goiás ter o Saego todo ano, ter a prova Brasil nos anos ímpares e ter a Avaliação Diagnóstica de Goiás (ADA), que é específica e ocorre a cada trimestre.

“O Saego é utilizado em Goiás, exatamente na mesma metodologia da Prova Brasil”, afirmou. “Para aplicar a avaliação diagnóstica no primeiro semestre as xerox das provas ficaram em R$ 570 mil. Tudo isso é dinheiro, o Saego não é barato, e eu preciso ter a ADA em Goiás cada vez mais forte, cada vez mais capaz de fazer devolutiva para as escolas de como os alunos estão”, completou.

Falta professores 

A secretária de Educação, Fátima Gavioli, revelou que falta professores formado em Letras para dar aula. Segundo ela, professores de Ensino Médio estão dando aula de língua portuguesa. “A melhor forma de garantir uma boa aprendizagem é ter professores de português para ministrar aula de Português, esse é o mínimo”, avaliou. “Não estou dizendo que o professor de Ensino Médio não é bom, eles são muito bons, mas é um direito legal do aluno ter aula com alguém formado na área que está ministrando”, completou.

O baixo nível de avaliação dos alunos da rede pública em língua portuguesa está relacionado diretamente à falta de professores formados, avaliou a secretária. “A ausência dessa formação pedagógica compromete sim a aprendizagem”, disse.

{source}
<iframe width=”100%” height=”166″ scrolling=”no” frameborder=”no” allow=”autoplay” src=”https://w.soundcloud.com/player/?url=https%3A//api.soundcloud.com/tracks/662924372&color=%23ff5500&auto_play=false&hide_related=false&show_comments=true&show_user=true&show_reposts=false&show_teaser=true”></iframe>
{/source}