Com a chegada do inverno, é comum notar o aumento de problemas respiratórios, doenças virais e para os pacientes com alergias como asma e bronquite, os sintomas podem aparecer com ainda mais frequência.

“No tempo frio e seco, existe uma maior chance de ressecamento das mucosas respiratórias. A situação favorece a ocorrência de irritação em tais vias e maior susceptibilidade à infecções”, explica o médico alergista e imunologista, Júlio César Gontijo Júnior.

Em 2021, segundo dados do Ministério da Saúde, foram registrados cerca de 1,3 milhão de atendimentos relacionados à doença na Atenção Primária à Saúde.

Sintomas

De acordo com o imunologista, é possível destacar os principais sintomas de novas crises alérgicas, principalmente em casos já diagnosticados com rinite alérgica. São eles:

  • Coriza abundante e transparente
  • Coceira intensa no nariz, garganta, céu da boca e olhos
  • Congestão nasal
  • Espirros
  • Tosse
  • Vermelhidão no nariz e olhos

Nos casos de pacientes com asma, os sinais principais são:

  • Tosse seca, principalmente no período noturno, ao acordar ou desencadeada por esforço físico (pode se tornar constante em casos mais graves)
  • Chiado no peito
  • Falta de ar e esforço intenso para respirar em casos mais graves

Comportamento

Apesar da interferência do próprio clima nas reações em cada organismo, o especialista destaca que alguns comportamentos podem acentuar os efeitos indesejados. 

“No inverno tendemos a frequentar por mais tempo ambientes fechados. Isso pode aumentar a exposição a alérgenos ambientais como ácaro da poeira, pêlos de animais e mofo. A inalação de concentrações altas de tais alérgenos podem desencadear com maior intensidade as crises de alergias respiratórias como asma e rinite alérgica”, afirma.

Além disso, atitudes aparentemente simples, como usar agasalhos armazenados no guarda-roupa também possuem uma  parcela de influência. Isso porque, em geral, essas roupas permaneceram longos períodos guardadas, por isso, o indicado é que sejam lavadas antes do próximo uso.

Médico Júlio César Gontijo Júnior, alergista e imunologista (Foto: Divulgação)

Mudanças

Independentemente da estação do ano, existem ações que colaboram para amenizar a ocorrência de crises alérgicas. “É importante ter um acompanhamento com médico especialista para que paciente receba o tratamento  adequado para sua doença alérgica”, explica Gontijo.

Além do acompanhamento regular com médico especialista e o uso de medicamentos específicos, o médico alergista ressalta mais alguns exemplos benéficos para os pacientes em geral.

“Manter exercício físico regular, evitar contato com poluentes como fumaças de queimadas e de cigarro são outras medidas importantes a serem tomadas. Evite também contato íntimo com pessoas com sintomas gripais, não deixe de fazer uso de máscaras quando necessário e higienize bem as mãos sempre que puder”, explica.

Higiene ambiental

“A higiene ambiental para redução da concentração de alérgenos é útil em todo o ano e principalmente no inverno. Reduza o contato com acumuladores de poeira como tapetes, carpetes, bichos de pelúcia. Use capas em travesseiros e colchões e mantenha o ambiente sempre higienizado”, pontua.

O índice de umidade relativa (UR) considerado ideal para todos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), é entre 50% e 60%. No inverno, o índice frequentemente permanece na casa dos 20 a 30%.

Para minimizar o impactos para a saúde respiratória, é possível apostar no uso de aparelhos umidificadores, porém, segundo o médico Júlio César Gontijo, o uso deve ser moderado, para evitar a proliferação de mofo e bolor, também prejudiciais ao organismo.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 03 – Saúde e Bem Estar

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