A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), apresentou nesta sexta-feira (16), dados do setor relativo ao ano de 2022 (janeiro a outubro). O volume de exportações cresceu em 42% na comparação com o ano anterior. Apesar dos bons números, o setor está preocupado quanto a transição de governo, a tendência é de um 2023 de bastante cautela.

Exportações

No ano de 2022, de janeiro a outubro o índice de exportações foi na ordem de aproximadamente R$ 10 bilhões, um crescimento de 42% na comparação com o mesmo período do ano anterior. As exportações do agronegócio correspondem a 78% do total de exportações em Goiás.

Um dos maiores índices é em relação a soja, representando 69% do total das exportações do agronegócio em Goiás. As carnes tiveram um crescimento de vendas para o exterior na ordem de 17% e o milho em 6%.

Os principais destinos das exportações do agro goiano foram a China, países da União Europeia, Irã, Tailândia e Indonésia.

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Dificuldades

O presidente da Faeg citou que 2022 foi um ano difícil, marcado pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia que impactou no setor do agronegócio em Goiás. “Passamos 2022”, enfatizou José Mário Schreiner.

De acordo com a Faeg, uma das principais questões é quanto ao custo de produção. Há queixas de que o custo se mantém elevado, principalmente por conta da cotação do dólar, que impacta diretamente na aquisição de insumos, já que boa parte dos itens é importada, o que ajuda a pressionar o preço de comodites, por exemplo, o milho e a soja.

Segundo os dados apresentados pela Federação, uma das áreas mais impactadas foi da pecuária leiteira. Por conta dos custos houve redução na captação do leite, sendo que no acumulado do ano a redução chegou a 15%.

Desequilíbrio Ambiental

O desequilíbrio ambiental também impactou diretamente na cadeia produtiva do agro. É bom ressaltar que há efeitos do fenômeno La Niña, em que resulta em chuvas irregulares.

No início deste ano houve uma quantidade significativa de chuva, mas a partir de abril foram ficando mais escassas, prejudicando assim a chamada Safrinha.

Preocupação

Para 2023, Schreiner destacou que há cautela. Ele ressaltou a transição de governo, uma preocupação quanto a reciprocidade do governo federal. “Esse é um momento que o produtor rural deve ter cautela e precisa usar cautela”, afirmou.

“Será um ano de muito pé no chão”, disse. O presidente da Faeg relatou a preocupação quanto a escolha dos integrantes do governo na área de Agricultura e Pecuária. O futuro governo ainda não definiu os nomes para o setor.

O deputado federal destacou a preocupação quanto a escolha de Fernando Haddad para a área econômica, pelo fato do ex-prefeito de São Paulo ser um nome mais político e menos técnico.

“Dentro do Brasil há uma incerteza quanto aos rumos da política do governo que assume no dia 1º de janeiro. Hoje não temos um cenário de quem será o ministro da agricultura, qual é o cenário que será usado, nenhuma sinalização de políticas públicas para o agro”, disse.

Fora do Brasil, há cautela também por conta da previsão de baixo nível da atividade econômica nos Estados Unidos. Na China a atenção é quanto aos efeitos da Covid-19 e na Alemanha, mesmo apresentando crescimento há uma tendência de pressão inflacionária.

Empregabilidade

O número de contratações no campo também aumentou de janeiro a outubro de 2022, sendo um total de 72 mil 951, contra 44 mil 632 do ano anterior.