Faltam profissionais de Libras em Goiás. O único curso superior de licenciatura que prepara intérpretes e educadores para trabalhar com deficientes auditivos, da Universidade Federal de Goiás (UFG), foi criado em 2009 e ainda não é o suficiente para suprir a demanda do mercado. 

O problema gerou, inclusive, uma greve de alunos da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Com a saída de uma intérprete, que pediu afastamento, um aluno surdo do curso de História ficou sem poder acompanhar as aulas, o que gerou um movimento dos colegas de sala dele, que desde o dia 16 não comparecem mais às aulas. Os 30 alunos da turma prometem faltar até que o problema seja resolvido e argumentam que três vagas de intérprete precisam ser preenchidas.

Em nota, a Universidade se defendeu: “Foi iniciado processo seletivo para contratação de um novo intérprete. As vagas já foram anunciadas no site da Universidade e no jornal de maior circulação do Estado. Todas as providências estão sendo tomadas para que a contratação ocorra no menor tempo possível, de maneira a minimizar os impactos. No entanto, até o momento, nenhum candidato se habilitou à vaga”, traz o texto, da assessoria de imprensa da instituição.

“A Universidade, ciente e atenta à escassez desse profissional em Goiás, abre, no próximo vestibular, o curso superior tecnológico em Comunicação Assistiva (Libras), visando a formação de intérpretes para atender a demanda apresentada pela sociedade”, complementa.

A Mestre em educação e professora do Curso de Libras da UFG, Juliana Faria, reconhece o problema.

São oferecidas 40 cadeiras anuais no Curso, com uma concorrência de cerca de três candidatos por vaga. “É muito recente a formação deste profissional e quem já está formado nesta área já está empregado”, relata Juliana.

Ela lembra ainda que a Formação da UFG é apenas a segunda de nível superior do Brasil. Além de Goiás, só Santa Catarina, que já ofereceu cursos à distância aqui no Estado, tem licenciatura na área.