A Federação Goiana de Futebol (FGF) cogita a implementação do VAR Light nos jogos do Campeonato Goiano 2022. A tecnologia foi utilizada na Copa Paulista 2021, que é organizada pela Federação Paulista de Futebol. No formato Light é utilizado um número menor de câmeras por partida. 

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Avalizado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), o propósito do VAR Light é tornar a tecnologia mais acessível, uma vez que permite o uso do assistente de vídeo com custos inferiores. Dessa forma, é possível utilizar o recurso em  competições com receitas menores, como o Goianão. 

Em entrevista à Sagres,o presidente da FGF, André Pitta, afirmou que a questão tem sido discutida e que apesar do número reduzido de câmaras, a tecnologia pode sim evitar alguns erros de arbitragem. 

“Quando se fala em VAR light a diferença é que ele tem em relação ao outro é a quantidade de câmeras reduzidas e algumas questões nesse sentido. Mas que de qualquer forma, em alguns lances, ele trás uma condição boa de solução. Porém, em determinados lances pode ser que ele não ofereça uma imagem ideal para uma decisão com maior confiança. Estamos discutindo com algumas empresas para que possamos avaliar a possibilidade de ser utilizado”, explicou. 

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No entanto, existem alguns empecilhos para a utilização do recurso, como a falta de estrutura de alguns estádios. No Campeonato Goiano 2021, por exemplo, a tecnologia foi usada somente nas semifinais e na final, porém, no primeiro jogo da decisão, o VAR não pôde ser utilizado.

O estádio Jonas Duarte, palco do jogo de ida, não tem a estrutura necessária para receber a tecnologia. Seriam necessárias adequações para que a praça esportiva recebesse a homologação e consequentemente ficasse apta para o árbitro de vídeo.

O Onésio Brasileiro Alvarenga recebeu a autorização para utilização do VAR no jogo da volta e os custos (R$ 35 mil) foram divididos entre as três partes: Vila Nova, Grêmio Anápolis e Federação Goiana de Futebol.

Além de estádios com maior estrutura, ainda há a necessidade de transmissões de TV, e as negociações para as transmissões do Goianão 2022 ainda não foram concluídas

“Existe a questão em relação aos estádios, existe a condição em relação às transmissões, porque o jogo que não tem transmissão não tem como ter a utilização do VAR. Então, estamos tentando resolver isso tudo de uma vez só, inclusive com a TV que vai ter os direitos de transmissão, para que possamos fazer uma avaliação de qual jogo nós vamos poder usar essa tecnologia”, pontuou. 

“No VAR Light eles fazem com pelo menos quatro câmeras. No Campeonato Brasileiro depende muito da detentora, do momento da transmissão do jogo, têm vezes que oito, dez, doze câmeras. Depende da quantidade de câmeras que a  emissora coloca e todas elas têm que ficar à disposição do VAR”, concluiu André Pitta.   

Polêmicas 

A temporada 2021 foi marcada por muitas críticas à arbitragem, não só em Goiás, mas em todo país. André Pitta ressalta que a Federação tem se esforçado para evitar que a situação se repita em 2022.

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“A comissão está trabalhando muito a arbitragem. A gente não pode negar que os árbitros são seres humanos e falíveis. Da mesma forma que nós vimos vários erros de arbitragem, nós vimos vários erros de jogadores em campo, perde pênalti, o goleiro falha… Então, são erros do ser humano e todo mundo tem buscado alternativas, através do VAR e de outros mecanismos para evitar que esses erros aconteçam, ou que eles diminuam. Nós vamos fazer um trabalho em cima disso”, destacou. 

Um dos objetivos da FGF é viabilizar o uso do árbitro de vídeo em um número maior de partidas, não só na reta final, como ocorreu em 2021. 

“A ideia é que em alguns jogos a gente possa ter um pouco mais do VAR, estamos tentando negociar com a empresa um preço que fique mais razoável para que isso possa acontecer. E vamos trabalhar com essas hipóteses para que a gente traga uma maior tranquilidade para o campeonato”, declarou.  

André Pitta ainda fez um apelo aos jogadores e dirigentes do futebol goiano. “(Precisamos) confiar nos nossos árbitros e peço também para que os atletas e dirigentes não fiquem a todo o momento querendo transferir toda e qualquer responsabilidade para a arbitragem. Porque quanto mais cobrança se envolve, maiores são as chances de erro, em virtude da pressão que acaba sendo exercida sobre os árbitros”, finalizou.