As férias escolares chegaram e, neste período, aumenta a preocupação em relação aos riscos de acidentes domésticos. Além disso, as festas de fim de ano também podem ser fatores de risco, e por isso, é necessário ter cuidado redobrado. Queimadura, engasgo e sufocamento são algumas das situações de emergência mais comuns envolvendo os pequenos, especialmente quando os adultos estão ocupados com as festividades.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático, o afogamento é a segunda maior causa de mortes entre crianças de 1 a 4 anos de idade. A Organização não governamental (ONG) Criança Segura, por sua vez, aponta que o sufocamento é a principal causa de morte acidental de bebês de até um ano de idade. Em relação às queimaduras, o Ministério da Saúde detalha que 3 a cada 10 vítimas são crianças e os motivos mais comuns são água quente ou contato direto com o fogo.

Para que as férias e a alegria das festas de final de ano não terminem rápido demais, alguns cuidados devem ser respeitados. A Sociedade Goiana de Pediatria (SGP) chama atenção para a vigilância em torno das crianças.

“É preciso supervisão o tempo todo. Até mesmo no ambiente domiciliar, quando os pais acham que elas estão seguras, é preciso atenção”, afirma a pediatra e membro da SGP, Mirna de Sousa.

A pediatra explica que a maioria dos acidentes graves na infância acontecem dentro de casa. “As crianças geralmente são curiosas, abrem portas, mexem em gavetas e sobem onde dá para subir. Por isso, é preciso deixar o ambiente livre de perigos”, ressalta.

Entre os perigos dentro de casa estão choque elétrico e a ingestão de medicamentos de uso adulto e de produtos químicos, que devem ser deixados fora do alcance das crianças.

Além das tomadas, que precisam de proteção, os pais devem estar atentos ao uso dos carregadores de celular. “Às vezes o celular está carregando e os pais deixam as crianças manusearem o aparelho, correndo o risco de colocar na boca e receber um choque elétrico”, alerta a pediatra.

Acidentes com água

Em geral, são acidentes que acontecem muito rápido e de maneira silenciosa, principalmente em piscinas, lagos, rios e praias. No entanto, segundo a pediatra, também podem ocorrer acidentes nos lugares mais inusitados. “Acidentes em banheiras de tomar banho, baldes d’água de limpeza; principalmente quando a criança está engatinhando. Em um momento de desatenção dos pais, a criança cai de cabeça e não dá conta de levantar”, destaca.

Queimadura

Além da água, os acidentes com fogo também são, em grande maioria, domésticos. Mirna Sousa orienta a manter as crianças longe da cozinha e dar preferência para as bocas que ficam na parte de trás do fogão. Deixar os pratos e líquidos quentes no centro da mesa também é uma boa dica. Segundo a pediatra, crianças até 4 anos possuem a pele mais sensível e caso seja exposta por três segundos à água quente a 60º pode, ter queimadura de terceiro grau.

Engasgos e sufocamento

Qualquer alimento pode sufocar uma criança, até mesmo os líquidos. Conforme a médica, é preciso atenção com alimentos de partículas pequenas, como por exemplo: pipoca, amendoim, castanha e nozes, independente da idade da criança. Outra orientação importante é ensinar a comer sentada e de boca fechada. Segundo a ONG Criança Segura, isso pode evitar que ela tente falar e comer ao mesmo tempo.

Festas de fim de ano

Reuniões em família, confraternizações e festas com aglomerações de pessoas são momentos em que os pais se distraem e acidentes acontecem. “Mesmo em festas familiares, quando um acha que o outro está olhando, e neste momento, a criança pode ficar sem supervisão. Em um minuto, a tragédia pode acontecer. Não podemos piscar”, reforça.

A pediatra orienta os pais a realizarem uma avaliação de risco, seja no ambiente domiciliar ou externo. “Avaliar se está em um lugar onde a criança pode subir em algo, se há água e necessidade de colete salva-vidas ou boias. Se vai fazer transporte, utilizar cadeirinha e cinto de segurança, mas nada exime a necessidade de vigilância sempre”, explica.

E se mesmo com esses cuidados um acidente ocorrer?

O primeiro passo ao ver uma criança em situação de risco é pedir ajuda. “Nem sempre a pessoa que acudir a criança vai conseguir resolver a situação. Por isso, a medida instintiva é gritar por socorro. Se a pessoa ver o acidente, tentar resolver para só depois pedir ajuda, ela terá perdido um tempo precioso”, conclui.

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