A Copa Goiás Sub-13 começou na última terça-feira (29) com uma novidade: pela primeira vez uma equipe das categorias de base contou com meninas e meninos em campo. O Flugoiânia enfrentou CEWG (Centro Esportivo Wilson Goiano) e contou com quatro garotas na partida que ficou marcada pela inclusão.
O placar do jogo não foi o esperado: 4 a 0 para o time adversário, porém a presença da goleira Laurinda e das jogadoras de Adryelle, Maria Júlia e Maria Eduarda foi o que chamou a atenção.
“As meninas não comprometeram. Elas foram bem na partida e crescemos com a entrada delas”, resumiu o técnico Robson Freitas, que também comanda o time feminino principal do Vila Nova, que atualmente disputa o Campeonato Goiano.
“Elas já vinham treinando com os meninos e pra mim não foi surpresa. Elas sempre demonstraram potencial, perfil de atuarem nas turmas mistas. Pensei que elas poderiam sentir o jogo pelo fato de que jogariam pela primeira vez uma competição promovida pela Federação, mas pelo contrário, mostraram muita personalidade”, completou Robson.
As meninas
A goleira Laurinda e a Adryelle têm14 anos; Maria Júlia e Maria Eduarda estão com 13. Todas têm Marta, Messi e Neymar como ídolos. Além de atuarem pelo Flugoiânia pelo sub-13 misto (que por regulamento libera a utilização de meninas acima da idade da categoria), também jogam o Campeonato Goiano Adulto pelo Flu.
“Foi muito bom poder jogar com os meninos. Na verdade, não foi uma novidade pra gente, mas o legal é poder mostrar que a gente consegue também”, disse Maria Eduarda.
“Os meninos já estão acostumados com a gente. Eles sabem do que somos capazes e não tem nenhum tipo de fala ou preconceito deles”, destacou a meio-campista.
Flamengo e Corinthians
Depois de um torneio que disputaram em julho, as meninas chamaram a atenção. Nos próximos dias, viajam para o Rio de Janeiro e São Paulo, onde se apresentam ao Flamengo e Corinthians, respectivamente.
“A Maria Eduarda vai para o Corinthians. A Maria Júlia, a Adryelle e a Laurinda, além de outras duas atletas, vão para o Flamengo”, revelou a Renata, mãe da Maria Júlia.
“Achava que elas poderiam ir quando estivessem mais velhas, mas aconteceu agora. É a realização de um sonho delas, complementou a Renata, que ainda explicou que todas as meninas vão acompanhadas de seus familiares.
Cenário e apoio
Envolvido com o futebol feminino há algumas temporadas, com conhecimento sobre a categoria, o técnico Robson Freitas não considera o que o cenário de futebol misto seja o ideal para as meninas, mas se faz necessário para quebrar barreiras.
“Essa normativa da CBF chega para suprir a falta de competições de base feminina. Penso que essa decisão vai fazer com que o futebol feminino cresça e daqui a pouco tenham as competições pra elas”, ponderou Robson, que também admitiu que não será fácil consolidar os times mistos nas categorias de base.
“Não é qualquer um lança meninas no meio dos meninos, não. Acho que ainda vamos encontrar resistência, porque ainda tem muitas pessoas que acham que o futebol não é esporte para mulher”.
FGF
O presidente da Federação Goiana de Futebol, Ronei de Freitas, vê com bons olhos a participação de atletas femininas nos campeonatos da federação e ressalta a importância de fomentar o futebol feminino deste as categorias formadoras.
“Vejo que a portaria da CBF, que libera a participação de atletas femininas em competições oficiais, é uma excelente maneira de incentivar a formação de jogadoras e fortalecer a categoria feminina. Temos grande satisfação em ver nossos filiados se beneficiando com essa portaria e colocando em campo jovens atletas que um dia poderão estar nos maiores palcos do futebol feminino do Brasil e do mundo”, destacou Ronei em reportagem divulgada pela assessoria de imprensa da FGF.
Competições
Além da Copa Goiás Sub-13, a FGF terá neste segundo semestre de 2023, a realização de competições oficiais em todas as categorias de base. Serão disputadas até o final do ano a Copa Goiás Sub-13, Sub-15 e Sub-20 (1ª e 2ª divisão), além da Taça Mané Garrincha Sub-17 (1ª e 2ª divisão). Em todos estes campeonatos, estão permitidas as inscrições de meninas e meninos nos elencos.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 – Igualdade de Gêneros.
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