A explosão causada pelos criminosos na manhã desta terça-feira (30) para abrir um buraco em uma das paredes do presídio de Guapó, na região metropolitana, assustou moradores e causou mais estragos.

Ronaldo Morais Silva, que mora do outro lado da rua, a cerca de 20 metros do local da detonação, conta ao repórter Jerônimo Junio, da 730, que escapou por pouco de ser atingido pela explosão. Ele relata que estava no trabalho e que voltaria para casa para levar um remédio para o filho, bem na hora do estrondo, mas recebeu um aviso da esposa.

“Por pouco. Eu tinha voltado para pegar um remédio para o meu filho. Fiz a ligação para minha mulher e ela falou que não precisava. Aí eu voltei. Era para ter acontecido”, relembra.

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Após a detonação, houve disparos de arma de fogo. As balas e os estilhaços da explosão atingiram a casa de Ronaldo e danificaram o portão, o muro, telhado, os pilares da residência e até uma geladeira que fica do lado de fora da cozinha. Uma pia de concreto que estava encostada na parede da garagem também ficou avariada. O caminhoneiro conta que temeu pela vida dos filhos na hora da ação dos bandidos.

“Fiquei muito aflito. A gente pensa nos filhos na hora. Tenho dois filhos, a gente fica pensando na situação se eles estivesse aqui na hora do acontecido. Outra coisa foi a menina que mora de frente, preocupei muito porque sabia que ela estava em casa naquele horário.

Ele comentou sobre o ocorrido com a casa cuja parede divide a residência com o presídio. A residência ficou completamente destruída com a força da explosão.

“É difícil ver sua casa, seu bem, a gente trabalha para conseguir e de repente vem uns marginais desses e destroem tudo como aconteceu com a casa do meu vizinho. Acabou a casa do rapaz. Apesar de não ter nenhuma vítima fatal. O marginal não quer saber se tem uma vida ali, eles vêm e acabam com tudo, o que tiver de fazer eles fazem”, afirma.

Após a explosão, o portão da casa que foi destruída caiu para o lado de dentro. Ronaldo conta que um vizinho disse ter visto quando os suspeitos teriam derrubado a estrutura com um carro, o que descartaria a hipótese de o objeto ter ido ao chão por causa da explosão.

“Pela situação do portão, que está caído para dentro. Pela explosão ele teria que ter caído para fora. Acredito que tenha sido desse jeito. Inclusive eles puseram uma arma na cabeça do meu vizinho e que era para ele entrar. Ele viu eles entrando de ré com o carro derrubando o portão e descendo com o que acredito que eram bananas de dinamite”, ressalta.

Imagens: Jerônimo Junio