O programa Fraternidade em Ação desta semana repercute os assuntos que remetem à reflexão sobre o mundo, a vida e a paz de espírito.

O dominical vai ao ar às 9h DA MANHÃ, após o Raiz Brasileira com Justino Guedes, e tem a apresentação de Sebastião Ribeiro, Monica Fernanda, Jonathas Procópio e William Batista.

Edição e montagem: Roberval Silva ( voluntários).

Um oferecimento do Centro Espírita Caridade O Caminho.

NESTE DOMINGO AS NOVE HORAS DA MANHÃ NA RÁDIO SAGRES 730

Confira o tema do programa desta semana:

O DEVER

A cangalha

Livro Cartilha da Natureza — Espírito Casimiro Cunha
Médium Chico Xavier

Lição 21

Nos círculos de serviço,
Toda a gente que trabalha
Nem sempre sabe entender
A nobreza da cangalha.

Não fosse ela, entretanto,
Que atende, promete e faz,
E talvez o campo inteiro
Viveria estranho à paz.

Convenhamos na prudência
Que vem do rifão de antanho
Basta, às vezes, uma ovelha
Para perder o rebanho.

O muar deseducado,
Que a força brutal anime,
Nunca perde ensejo ao coice
E está sempre pronto ao crime.

Vive ao léu, ameaçando
A golpes de grosseria;
Aparentando brandura,
Transborda selvageria.

Transforma-se, comumente,
No animal rude e vilão,
Que se esquiva do trabalho,
Por preguiçoso e ladrão.

Todavia, chega o instante
Em que a cangalha, bondosa,
Comparece orientando,
Honesta, laboriosa.

Ligada por laço forte
Ao amigo da indolência,
Dá-lhe os bens da utilidade
Em luzes de experiência.

Perguntemos a nós mesmos,
Notando-a, modesta e bela,
Quais os homens deste mundo
Que podem viver sem ela.

O dever, como a cangalha,
Que tanta grandeza encerra,
É a balança de equilíbrio
Nas vidas de toda a Terra.

Dever Cristão ( em casa suspeita)

Livro A Vida Escreve
Espírito Hilário Silva
Médium Waldo Vieira

1ª Parte

Lição 1

Rossi e Alves eram diretores de conhecido templo espírita e davam-se muito bem na vida particular. Afinidade profunda. Amizade recíproca. Sempre juntos nas boas obras, integravam-se perfeitamente no programa do bem.
Alves, com desapontamento, passou a saber que Rossi, nas três noites da semana sem atividades doutrinárias, era visto penetrando a porta de uma casa evidentemente suspeita, lugar tristemente adornado para encontros clandestinos de casais transviados.
Persistindo semelhante situação por mais de um mês, Alves, certa noite, informado de que o amigo entrara na casa referida, veio esperá-lo à saída.
Dez, onze, meia-noite…
Alguns minutos depois de zero hora, Rossi saiu calmo e o amigo abordou-o.
— Meu caro — advertiu Alves, sisudo —, não posso vê-lo reiteradamente neste lugar. Você é casado, pai de família e, além de tudo, carrega nos ombros a responsabilidade de mentor em nossa Casa. Nada podemos condenar, mas você não ignora que álcool e entorpecentes, aí dentro, andam em bica…
Rossi coçou a cabeça num gesto característico e observou:
— Não há nada. Estou apenas cumprindo um dever cristão.
— Dever cristão?
— Sim, a filha de um dos meus melhores amigos está frequentando este círculo. Jovem inexperiente. Ave desprevenida em furna de lobos. Enganada por lamentável explorador de meninas, acreditou nele… Mas a batalha está quase ganha. Convidei-a a pensar. Há mais de um mês prossegue a luta. Hoje, porém, viu com os próprios olhos o logro de que é vítima. Acredito que amanhã surgirá renovada…
E ante os olhos desconfiados do amigo:
— Você sabe. É preciso agir, sem rumor, sem escândalo. Quem sabe? Talvez em futuro próximo a invigilante pequena possa encontrar companheiro digno. E ser mãe respeitada.
Alves riu-se às pampas, de maneira escarninha, e falou:
— Vou ver se é verdade.
— Não, não! Não vá! — pediu Rossi, em súplica ansiosa.
— Tem medo de ser apanhado em mentira? — disse Alves, com a suspeita no rosto.
E sem mais nem menos entrou casa a dentro, encontrando, num pequeno salão, sua própria filha chorando ao pé de um cavalheiro desconhecido…

Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da Lei de Direitos Autorais.

Dever e liberdade

Livro Joia
Espírito Emmanuel
Médium Chico Xavier

Lição 15

A disciplina é alicerce da vida.

A ordem é fundamento da Lei.

Quanto maior o primitivismo dos seres enfaixados no berço da evolução, com mais força registramos semelhante princípio.

O minério, da gleba a que se acolhe, é transportado sem qualquer resistência para atender às lides do progresso.

O verme arrasta-se no solo, cadaverizando-se nele de modo a fecundá-lo para que a semente germine.

A árvore sofre o insulto da tempestade, produzindo sem exigência, em favor dos outros, os frutos que não consome.

A ovelha cede a lã que lhe é própria ao reconforto alheio, tremendo ante o assalto do frio.

Os elementos mais simples obedecem e auxiliam sem reclamar e todos eles, colados ainda à Terra, para ela se voltam, humildes e submissos, representando crisálidas de consciência em sua expressão fetal, no colo da Natureza.

Todavia, o dever é diferente no homem, cuja cabeça se ergue dominadora na direção do Infinito. De braços livres, não obstante chumbado à senda que perlustra, pode sentir e raciocinar, mentalizar e escolher, calcular e decidir.
E porque o Supremo Senhor não gerou os filhos de Sua Sabedoria e de Seu Amor para escravos de Sua Casa, concede-lhes a razão, com que se lhes agiganta o livre-arbítrio na formação do próprio merecimento.
É por isso que, quanto mais elevado o degrau da criatura, mais ampla se lhe torna a responsabilidade na plantação e na defesa do Bem.

Estejamos alertas no mundo de nós mesmos, procurando aprender e servir, nas bases do amor puro e da humildade, de vez que todos nós, à luz do discernimento, dispomos de liberdade para cumprir as obrigações que nos cabem perante a Lei, plasmando o direito ao Céu, a começar de nós, ou para cultivar a rebeldia sistemática, pela qual arrasamos os talentos divinos, gerando em nossas almas os agentes do desequilíbrio que equivale na vida ao martírio infernal.

Citação parcial para estudo, de acordo com o artigo 46, item III, da Lei de Direitos Autorais.