O eixo Goiânia-Brasília é um dos mais importantes do país em termos de transações comerciais, prestações de serviços e demais atividades econômicas. De tempos em tempos, cria-se uma expectativa grande em torno de projetos que desenvolvam esse eixo e nos aproximem cada vez mais dos nossos vizinhos do “quadradinho”. A minha grande expectativa sempre foi poder ir até Brasília de trem de alta velocidade, e a última vez que um projeto desse porte foi cogitado, ele foi chamado de Expresso Pequi, mas por enquanto ele ainda não saiu da estação.

Mas tem muita gente levando a sério a ideia de fazer deste eixo Goiânia-Brasília uma verdadeira rota de desenvolvimento.

Para falar sobre como isso está sendo pensado e organizado, eu entrevistei esta semana o diretor do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do DF(Codese DF), Luiz Afonso Assad.

Existe uma Câmara do Centro-eixo Brasília-Goiânia, com profissionais das duas capitais trabalhando em projetos para a região. Mas no Codese-DF, o principal objetivo é implantar o trem entre as duas cidades. Mas isso não é tarefa fácil: o projeto está pronto, mas tirá-lo do papel exige muito investimento e vontade política.

Outro pilar do Codese-DF é o eixo de desenvolvimento por polos econômicos, fazendo destes pouco mais de 200 quilômetros que separa as duas capitais uma rota desenvolvida e atuante na economia nacional. Já existe um polo sendo criado em Santo Antônio do Descoberto. Há outro projeto que cria um polo em Samambaia até a divisa com Goiás. Estes polos funcionarão nos moldes dos distritos agroindustriais, com uma série de facilidades fiscais e infraestrutura para a produção de bens. O maior destes distritos fica em Anápolis, o Daia.

O terceiro foco do Conselho é o desenvolvimento econômico e social dos municípios do Entorno do DF. “Brasília abraçou essas cidades e queremos dar uma vida melhor para esses moradores, procurando a industrialização, a partir de reuniões com os prefeitos dessas cidades”, explica Assad.

A mobilidade, diz, é um fator fundamental para o desenvolvimento de todo esse eixo. Brasília e o Entorno reúnem cerca de 4,5 milhões de pessoas, e isso requer uma boa capacidade de locomoção em massa. A indústria de transformação, saneamento e reciclagem também são núcleos de investimento para a geração de emprego, renda e qualidade de vida nessas cidades.

Extra, extra!! Ainda conforme Afonso Assad, em 2019 houve uma reunião com o ex-ministro da Insfraestrutura, Alexandre Baldy, em que ele afirmou que o projeto para o trem estava pronto, carecendo apenas de vontade política para avançar. Esse projeto abarcaria o transporte de passageiros e cargas. 

Caso o trem viesse, os estudos do Codese indicam que, até 2025, seriam criados 70 mil empreendimentos no eixo Brasília-Goiânia, e um PIB regional de quase R$ 370 bilhões. “Este eixo pode se tornar o segundo maior eixo econômico do Brasil”, declara.

A saída, como sempre, é unir governo, setor privado e sociedade civil. A Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) é um esforço de unir forças nesse sentido, mas a secretaria do governo do Distrito Federal responsável pela Ride foi fechada recentemente, mas continua sendo encaminhado pelo Governo de Goiás. Infelizmente, a descontinuidade de projetos ainda é uma prática comum no cenário político brasileiro. Mesmo assim, uma série de trabalhos estão sendo desenvolvidos nos municípios, seja no incentivo à economia criativa, na formação profissional, em ações de saúde e muito mais. A pandemia obrigou um congelamento desses projetos, que agora começar a se reaquecer.

A boa notícia é que há chances de que o sonho de uma linha férrea entre Goiânia e Brasília se torne realidade. “O polo logístico de Anápolis e a demanda crescente para o fluxo de bens e pessoas são fatores que exigirão investimentos nessa área”, finaliza Assad.

O programa desta semana esteve alinhado com o Objetivo do desenvolvimento Sustentável nº 17: Parcerias e Meios de Implementação.

FPC: Goiânia Rock City

Depois de 15 meses parado, a galera da Monstro discos realizou a primeira edição do Goiânia Rock City 2021. Transmitido nos dias 17 e 18 de julho pelo canal da Monstro Discos no Youtube, o festival contou com 10 bandas, que mandaram o som lá do Centro Cultura Martim Cererê para todo o planeta. A coletânea do festival foi lançada em fita cassete, bem vintage, ou cringe, dependendo da sua idade.

Temas abordados

A que o Codese se dedica atualmente? https://youtu.be/qjrXenUlVM8

O Futuro da minha Cidade – Brasília DF. https://youtu.be/wNU2F8w9lLs

O setor produtivo e a sociedade civil organizada devem andar juntos. https://youtu.be/hrif-C20S9g

O que tem sido feito, na parceria Goiânia-Brasília, para geração de emprego? https://youtu.be/XssqcQ_kdU4

O Centro Tecnológico Ferroviário em Anápolis é uma luz no fim do túnel? https://youtu.be/3AtmBOhCYrc

Faz Parte do Cenário: Goiânia Rock city. https://youtu.be/RErNYV1gV2s

Programa completo: https://youtu.be/VNX-XE8iNdo