Nesta quinta-feira (24), manifestantes irão se reunir na capital goiana como modo de demonstrar revolta aos casos recentes de violência policial no país. Dessa forma, as manifestações irão acontecer de forma simultânea em 14 estados brasileiros.

Nesse sentido, a Jornada Nacional de Luta Pelas Vidas Negras acontece em meio ao cenário marcado por episódios recentes de violência policial e morte de pessoas negras em regiões periféricas.

Contexto

Entre os episódios mais recentes de violência, é possível destacar a morte do adolescente Thiago Menezes Flausino, de 13 anos, morto a tiros durante operação na Cidade de Deus, no Rio de Janeiro.

Além disso, manifestantes também relembram a morte da Mãe Bernadete, líder quilombola morta na Bahia, em agosto.

De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), houve o registro de 47.508 casos de mortes violentas intencionais em 2022. Do total, a pesquisa aponta que 76,5% das vítimas eram negras.

Articulações

A organização do planejamento para o ato ocorreu durante a Plenária Nacional de Movimento Negros, realizado no dia 10 de agosto, com a presença de 250 representante de movimentos negros, periféricos e favelados.

Além disso, será realizada a divulgação de um manifesto público durante as ações. A escolha da data está relacionada com o advogado e jornalista abolicionista Luiz Gama, que morreu em 24 de agosto de 1882.

Assim, os manifestantes chamam a atenção para as operações policiais em andamento nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

Reindivicações

A manifestação desta quinta-feira é a primeira ação de um calendário com eventos programados até o dia 20 de novembro.

Além disso, está proposta uma agenda de reivindicações que serão entregues a órgãos significativos como o Supremo Tribunal Federal (STF), aos Ministérios Públicos Estaduais e Federal e Congresso Nacional.

Segundo comunicado divulgado pela organização do evento, os focos principais da agenda de requisições são:

  • Exigir do Supremo Tribunal Federal a proibição de operações policiais com caráter reativo e grandes operações invasivas em comunidades sob pretexto do combate ao tráfico;
  • Existência de Lei Federal que exija câmeras em uniformes de agentes armados, do estado e privados;
  • Formulação de Plano Nacional de Indenização e apoio à familiares de vítimas do Estado;
  • Federalização de casos em que a incursão policial caracterize execuções e/ou chacinas e massacres;
  • Desmilitarização das polícias e o fim da guerra às drogas;
  •  Articulação de Incidência Internacional em suas diversas agências

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 16 – Paz, Justiça e Instituições eficazes.

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