Goiás registrou 609 mortos na semana entre os dias 7 de 13 de março, de acordo com o boletim consolidado da Secretaria Estadual de Saúde. Foi o maior registro semanal, superando em 24% o recorde semanal anterior, que havia ocorrido na primeira onda da pandemia, entre os dias 23 e 28 de agosto, quando foram registrados 491 óbitos. A semana anterior também bateu diariamente o recorde de média móvel de mortes.

Na terça-feira (9) a média móvel foi de 66,7%, superior ao recorde anterior, registrado em 24 de agosto, que foi de 60,5%. Na quarta-feira (10) quando Goiás registrou 267 óbitos em um único dia, o maior de toda a pandemia, a média móvel subiu para 80,7%. Esses números continuaram a crescer. Na sexta-feira com 137 registros de óbitos a média móvel chegou a 84,7%. A atual semana epidemiológica, iniciada neste domingo (14), começou com outro pico: 92 mortos de média, aumento de 179% em relação a sete dias atrás.

Foi por conta desses números que a prefeitura de Goiânia não só manteve o decreto como aumentou as restrições das atividades econômicas e sociais a partir desta segunda-feira (15). O decreto publicado no sábado (13) suspendeu as aulas presenciais e os eventos nas igrejas – à exceção do atendimento individual. A prefeitura de Aparecida de Goiânia, que nas duas semanas anteriores seguiu as mesmas regras de Goiânia, iniciou nesta segunda-feira o chamado “escalonamento regional”.

A semana passada também bateu recordes em todo o país. Pelo 16º dia seguido, o Brasil bateu na média móvel de mortes pela Covid, que chegou a 1.832 óbitos por dia nos últimos sete dias. O país teve sua semana mais letal na pandemia, com 12.795 mortes de segunda (8) até este domingo (14).

Apesar desses números, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro realizaram protestos em vários municípios brasileiros neste domingo contra as restrições promovidas por prefeitos e governadores para conter a expansão da Covid-19. Em Goiânia, os participantes iniciaram o protesto em frente ao Batalhão de Ações de Comandos do Exército, no Jardim Guanabara, e seguiram rumo ao centro da capital.

O governador Ronaldo Caiado discutiu, na quinta-feira (11), com os presidentes de poderes e de órgãos independentes a adoção de medidas mais duras para conter a doença. Havia expectativa de que o Estado apresentasse um decreto neste fim de semana, o que não aconteceu. Em entrevista à Sagres nesta segunda-feira (15) o prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, afirmou que conversou por telefone com o governador na noite de quinta sobre essas medidas. Gustavo disse que lhe informou que em sua cidade ia valer o decreto de flexibilização, com o escalonamento regional.