O Goiás Esporte Clube entrou com uma ação na justiça por danos morais contra o meia Alan Mineiro e o Vila Nova Futebol Clube, por conta da cusparada do jogador na bandeira de escanteio do Esmeraldino, ocorrida no último clássico entre os rivais, no dia 07 de março, pela quarta rodada do Goianão 2021.
O clube pede uma indenização no valor de R$ 50 mil aos colorados. Ação foi movida no dia 31 de março e curiosamente só veio à tona no fim de semana de mais clássico entre as duas equipes. Ao jornal O Popular, o advogado do Goiás, Augusto Alves de Oliveira Valtuille afirmou que a ação foi um pedido do conselho e da direção executiva do Esmeraldino.
“Seguimos aquilo que nos foi determinado pela direção executiva e conselho. Estávamos esperando a conclusão da peça, a revisão não possui relação com o resultado (punição) que o jogador teve. A ação é uma forma de dar satisfação para o nosso torcedor”, disse ao O Popular.
Na ação, o Goiás alega que “o que se viu na partida em questão tem como consequência direta um retrocesso na busca pelo respeito e diminuição da violência entre torcedores”. Entretanto, à Sagres, Maurilho Teixeira, diretor jurídico do Vila Nova, afirmou que a ação é que contribui para os ânimos se acirrarem entre as torcidas.
“Eu vejo a ação movida pelo Goiás como um ato de profunda tristeza, vejo com um grau de infelicidade muito grande por parte do Goiás. Um ato de amadorismo, de provocação, onde só vai contribuir para os ânimos serem acirrados, principalmente entre os torcedores. No momento em que se pede paz no futebol e cautela entre as partes, pela extrema dificuldade em que se passa o futebol e país”, frisou.
“Nos deparamos com uma ação tão pequena, que vai tumultuar as redes sociais e o futebol goiano, então, eu analiso que é um ato totalmente imaturo, provocativo, arrogante e soberba por parte da diretoria do Goiás e de seu departamento jurídico. Lamento muito que tal fato tenha ocorrido no momento em que nós achávamos que esse assunto já estava sepultado, por conta do julgamento na justiça desportiva, já imaginávamos que tudo já estava resolvido”, concluiu.
O clube Colorado é citado no processo como responsável por Alan Mineiro, nos termos do artigo 932, inciso III do Código Civil. Maurilho Teixeira destacou que para o Vila Nova o caso já estava resolvido, visto que Alan Mineiro já foi punido com uma suspenção de quatro jogos.
“Foi uma atitude impensada e reprovável, uma atitude que não combina com o esporte. Mas foi reparada imediatamente e o atleta foi devidamente punido, foi julgado. Como jurista e defensor de clubes e atletas, não entendo que ele deve ser julgado sumariamente. Sou à favor do jogador deve ir a julgamento, como sempre fui nesse caso do Alan Mineiro, infelizmente ele não foi a julgamento porque nós tínhamos teses de pelo menos diminuir essa punição que foi imposta a ele, mas tudo saiu bem no final. Porque assim que as partes concordaram, então repito, era uma situação que já estava no nosso ponto de vista, resolvida”, argumentou.
“Vejo que os atletas que cometem atos dessa natureza devem sim ser denunciados e que sejam julgados. Se forem punidos, como foi o caso do Alan, que cumpra a punição como está sendo cumprida. Se forem absolvidos, que a outra parte tenha a capacidade de aceitar e se não aceitar que recorra aos trâmites da justiça esportiva, que não foi o nosso caso, porque foi uma transação em que as partes concordaram. Então vejo com profunda tristeza esse ato de revanchismo por parte do Goiás, um revanchismo que no nosso ponto de vista já está bastante ultrapassado e que o momento não combina com isso”, finalizou.
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A ação foi protocolada na 23° Vara Cível e do Trabalho e segue em trâmite para ser julgada. Vila Nova e Goiás se enfrentam neste domingo (11), às 16h, no OBA, em partida válida pela oitava rodada do Campeonato Goiano.
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