O secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, afirmou à Sagres 730 nesta quinta-feira (9) que o período mais crítico da pandemia de coronavírus será na última semana de julho. Segundo ele, haverá uma pressão “absurda” no sistema de saúde. Além disso, Alexandrino analisou que em agosto a índice de contaminação da doença deve começar a cair em agosto. Ontem, o Estado registrou 32.981 casos de doença pelo novo coronavírus e 733 óbitos confirmados.

“As evidencias que tem sido observada em outros países é que não precisa atingir 80% de taxa de contaminação, quando se atinge em torno entre 20 e 25%, naturalmente, os índices caem e a internação cai também, e nós estamos caminhando para esse para esse quantitativo”, explicou. “Na última semana de julho, nós teremos uma pressão absurda no sistema”.

A taxa de ocupação das UTIs em Goiás está em 90%, mesmo com a abertura de novos leitos. “Ao longo da semana variamos entre 83 e 89% de ocupação, em números absolutos, algo em torno de 14 a 20 leitos de UTI (disponíveis) dos que foram programados para covid, não covid ainda temos em torno de 56 leitos disponíveis, se a doença avançar dá para utilizar esses leitos também”, afirmou o secretário. De acordo com a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO), o Estado possui 164 leitos de UTI e 295 de enfermaria para atender pacientes com covid.

O governo adquiriu 50 novos respiradores, segundo a SES-GO, os novos respiradores vão equipar o Hospital Regional de Luziânia (8); o Hutrin, em Trindade (2); o Hospital Dr. Geraldo Landó, em São Luís de Montes Belos (10); e o Hospital Estadual de Doenças Tropicais Dr. Anuar Auad, em Goiânia (10). Há uma previsão de envio dos equipamentos para o Hospital de Campanha de Formosa (10) e para ampliação de leitos em outras unidades que ainda estão sendo definidas (10). Outros 10 respiradores que já estavam sob gestão do Estado foram direcionados para ampliação da quantidade de leitos de UTI do Hospital de Campanha de Águas Lindas de Goiás.

“Temos ainda alguma margem de expansão, não é uma margem grande, mas calibrando e fazendo internações corretas, inclusive utilizando as enfermarias, digo isso porque nós fizemos um trabalho de conscientização e orientação da parte técnica, especial em relação aos critérios de internação”, disse. “Leitos de enfermaria nós temos um quantitativo significativo implantado com capacidade de expansão e os leitos de enfermaria dos municípios, somando tudo disponível hoje deve ser em torno de 4.500 leitos disponíveis. Olhando panorama geral, é apertado mas epidemiologicamente, a curva vai se cumprir independente do que se faça”.

Outro ponto destacado pelo secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, foi a queda do isolamento social. O decreto estadual propôs o isolamento intermitente para aumentar o distanciamento social em Goiás que caiu para uma média de 36%, quando o necessário é de 50%. “Sendo bem realista, não há isolamento, há uma grande inquietação da população e do dia que decretou o último decreto, se o número variou de 1% na taxa de isolamento para mais, foi muito. Então o comportamento que a população saturou, não consegue ficar em casa. Agora nós precisamos pensar em outras formas de minimizar o problema”.

O índice de isolamento social em Goiás nesta quinta-feira (9) está em 37% de acordo com a empresa InLoco, que mede a mobilidade da população por meio da telefonia celular. No domingo (5) chegou a 47,3%, um crescimento de apenas 0,9 ponto percentual em relação ao dia 28 de junho, último domingo antes do decreto do governado, assinado em 29 de junho, que determinou a quarentena intermitente 14 por 14 dias.