JULIANA BRAGA – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Embora não seja a solução preferida da equipe econômica, a abertura de 625 vagas para agentes da Polícia Federal (PF) e o mesmo número para a Polícia Rodoviária Federal (PRF) tem sido vista com uma solução intermediária às pressões da categoria.

Leia também: Ipea analisa impacto de propostas legislativas para mercado de crédito

O governo tem sido cobrado a fazer uma reestruturação das carreiras policiais desde que o presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou com um aumento para os profissionais da segurança pública. Diante da insatisfação dos demais servidores, o presidente acabou optando por dar um aumento linear de 5% a todos, e acabou desagradando essa parte relevante da sua base eleitoral.

Segundo interlocutores do ministro da Economia, Paulo Guedes, a preferência dele era por ter feito a reestruturação na esteira da reforma administrativa, que acabou travada pelo Congresso Nacional. Caso tivesse sido analisada, poderia atender parte das demandas das policiais, mas equilibrando com o corte de algumas despesas.

Nesta terça-feira (3), Bolsonaro disse que acertou a convocação de 625 novos agentes da PF e da PRF. O número ficou abaixo da expectativa criada pelo próprio presidente no dia anterior, quando sinalizou que poderia abrir até mil vagas para cada carreira neste ano.

“Ontem foi acertado mais 625 vagas para cada força. Foi o que deu para fazer com o PLN 1 [projeto que abriu crédito para gastos com pessoal]. Os demais, vai ter outra oportunidade [para chamar] talvez este ano acabando eleições”, afirmou em frente ao Palácio da Alvorada. A declaração foi divulgada por uma página bolsonarista no YouTube.

Leia mais:

‘Pergunta para o Paulo Guedes’, diz Mourão sobre aumento de salário dos servidores

Paulo Guedes pode ter usado informação privilegiada para investir além de offshore

Economista explica que Paulo Guedes pode precisar esclarecer offshore para evitar “risco moral”