O estudo da pesquisadora Gina Paola Mosquera Andrade na Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP mostrou que o racismo e o preconceito ainda afetam temas de matriz africana em aulas de educação física escolar. No entanto, Andrade apontou que é possível colocar o conteúdo nas aulas de diversas maneiras.

“A partir da pesquisa foi possível analisar que há várias metodologias que facilitam a implementação do conteúdo – o uso de literatura específica, jogos e brincadeiras, ensino e prática de lutas como a capoeira, danças como o samba e o maculelê”, afirmou.

Gina Andrade destacou que o estudo teórico e prático contribui com a reprodução desses conhecimentos. Pois a escola é o ambiente escolar para integrar culturas que fazem parte da sociedade. 

“Em um país multicultural como o Brasil, a diversidade pode ser explorada em diversos campos de conhecimento, estimulando sua valorização e identificação por parte dos estudantes”, disse.

Pesquisa

A pesquisa de mestrado está intitulada Educação intercultural no componente curricular da Educação Física como intervenção ao fenômeno do multiculturalismo: Presença da matriz africana. Então, o estudo reúne análise documental da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e entrevistas com voluntários.

De acordo com o estudo de Andrade, a análise e as entrevistas mostraram que há obstáculos para a implementação do ensino da cultura afro-brasileira na educação física escolar. O ensino é estabelecido pela Lei 10.639/03 porque o Brasil é multicultural. 

Assim, entende Gina Andrade, é imprescindível que a educação intercultural esteja na sala de aula. “A educação intercultural faz mais do que reconhecer as diferenças culturais. Ela favorece a criação de uma identidade pelos alunos e professores. E ajuda a promover o respeito e a tolerância, fazendo com que o preconceito sofrido por culturas como a de matriz africana diminua”, afirma a pesquisadora.

*Com informações do Jornal da USP

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