Depois de Ricardo Drubscky cogitar uma sequência de jogos para Harlei na reta final do Brasileirão Série A, visando uma despedida para o goleiro que vai se aposentar ao fim da temporada, Harlei concedeu entrevista exclusiva ao repórter André Rodrigues, da 730, onde rechaçou a hipótese de fazer comemorações para sua aposentadoria. Além disso, tratou de outros temas importantes de sua carreira, como quando foi barrado por Enderson Moreira no time titular.

De início, Harlei reforçou a ideia de que irá parar ao fim do ano: “Estou decidido em parar. Passei muito tempo longe de casa, da minha esposa e dos meus filhos, preciso de um tempo maior com eles. Além disso, entra a parte física. Mesmo que eu não jogue com frequência, você mantém os treinos todos os dias, se esforça muito. Preciso de um tempo para minha família, para minha cabeça e meu corpo também”, explicou.

Foi então que o goleiro revelou que não quer ter comemorações de despedida. “Agradeço muito o Goiás, vou sair pelo mesmo portão que entrei. Mas eu não tenho pretensão de fazer festa de despedida, jogo comemorativo, nada disso. Não planejei nada até porque acho que já não tem mais clima. Estou à disposição para jogar em uma eventual necessidade, quando o time precisar de mim, mas me colocar para fazer festa ou marcar jogos eu não quero. O carinho do torcedor já me completa”.

Para ele, a demonstração de carinho e o reconhecimento do torcedor esmeraldino já será o suficiente para que ele encerre sua carreira da maneira como esperava: “Se eu cheguei aonde cheguei, nessa posição de destaque, é exclusivamente por conta do torcedor esmeraldino. Vou ser eternamente grato por todo esse reconhecimento, faço questão de tratar todos bem, porque é um carinho especial, muito bacana. Sei que não agradei a todos, mas sei também que muita gente gosta de mim”.

Futuro

Outro ponto importante abordado foi o futuro do ídolo esmeraldino após sua despedida. O goleiro demonstrou incerteza: “É uma decisão que envolve muita coisa, família, o clube, meus projetos. Se fosse só por mim, eu já estaria decidido, mas não sabemos como vai ser. O que eu tenho certeza é que jamais me desligarei do clube, pode ser que trabalhe fora, em outra área, mas continuarei torcendo nas arquibancadas e levando meus filhos para torcer. O Goiás já está dentro de mim”.

Ele até cogita adiar a aposentadoria caso acredite que ainda possa ajudar o clube: “Eu não vejo essa necessidade de o Goiás me manter como atleta do clube hoje. Temos bons goleiros no ápice de sua forma, então, acho que já está concluído. Mas não sei, de repente os diretores entendem que minha presença é importante e me peçam para continuar, não tem como falar não para o Goiás. Se eu perceber que vou contribuir, pode ser que eu continue”.

Transição

Finalizando a entrevista, Harlei revelou que viveu de maneira bem tranquila sua saída do time titular e elogiou os substitutos no gol do Verdão: “O Renan desde que entrou, entrou muito bem e hoje é incontestável na meta do Goiás. O Edson também sempre correspondeu quando foi chamado, e ainda tem o Paulinho, goleiro jovem que tem tudo para ser um excelente profissional. Já passei por todas essas posições dentro de um elenco e entendi muito bem tudo isso, estou e sempre estive tranquilo”.

Apesar de admitir o bom momento dos companheiros, Harlei revelou estranheza com a maneira que saiu do time e alfinetou o técnico Enderson Moreira: “Medir um goleiro que passou 15 anos defendendo o clube por um jogo apenas é que foi o errado. Na ocasião (goleada para o Cruzeiro por 5 a 0), vivíamos uma semana de muita comemoração pelos títulos da Série B e estadual. Uma situação atípica que virou determinante. O meu profissionalismo acabou sendo colocado em xeque e jogada no lixo durante a passagem do Enderson. Ele fez o que achou melhor, não vou julgá-lo por isso”.