Após três partidas à frente do Vila Nova Futebol Clube, o técnico Hemerson Maria pediu demissão do time colorado na tarde da última segunda-feira (23). Na manhã desta terça-feira (24), o treinador fez um pronunciamento para fazer sua despedida e explicar sua saída após 11 dias à frente da equipe.

Emocionado, ele agradeceu os funcionários e disse que o desejo era ajudar o clube em mais uma Série B. “Talvez seja um dos dias mais tristes da minha vida esportiva. A atitude que eu tive foi em prol do Vila Nova, do respeito e do carinho que eu tenho, para que eu não acabe atrapalhando o processo do time no decorrer do campeonato”, justificou o treinador.

Hemerson Maria revelou que os jogadores reclamaram da atitude do treinador durante a parada técnica da partida contra o Botafogo, quando o Vila Nova perdia por 2 a 0. De acordo com ele, mesmo com a reação no segundo tempo, mais cobranças foram feitas após a derrota por 3 a 2. Pedido de concentração, foco e questionamento de o porquê de tanta oscilação dentro de campo foram feitos, no entanto, não teve resposta e reação dos atletas no momento.

“Infelizmente, o que não encontrei aqui foi respaldo dos jogadores”, afirmou Hemerson, que confirmou informação trazida pelo comentarista Charlie Pereira na Sagres que a decisão de sair do Vila Nova veio após reunião na reapresentação dos atletas na tarde da última segunda-feira (23).

“Para minha surpresa, quando comecei a fazer alguns apontamentos, algumas observações, aconteceu manifestação contrária de jogadores achando que a situação está normal, que é um grupo vencedor, que chegou (a final) no Campeonato Goiano, que nem tudo está ruim e que fez uma boa participação na Copa do Brasil”, revelou o treinador.

“Estranhei a reação do grupo, achei totalmente desproporcional. Quando partimos para outro tópico da conversa, teve uma reação impactante, talvez a mais forte de grupo de jogadores para treinador ao longo de toda a minha carreira”, disse Hemerson que destacou que um atleta foi escolhido como ‘porta-voz’ pelo elenco para mostrar insatisfação com a metodologia de trabalho imposta por ele.

“Foram feitos questionamentos sobre as palestras, tempo de duração de treinamento, sistema e até programação de treino. Uma coisa que nunca vi no futebol, me decepcionou muito. Questionaram meu tom de voz, a maneira que falo com eles”, expôs o treinador.

Por fim, Hemerson Maria disse que tomou a decisão porque não pode haver uma ‘inversão de valores’ e o grupo direcionar o treinamento, o tempo, os dias que tem que ser e maneira que vai jogar.

“Percebi que para ficar aqui e obter resultados, eu teria que mudar minha maneira de ser e minha metodologia, e isso não existe. Boa parte do grupo de jogadores me mostrou e provou que não está afim de comprar a minha ideia. Eu não vou ser uma marionete e conduzido por um grupo de jogadores que talvez não tenha a consciência da importância que é vestir a camisa do Vila Nova e disputar um Campeonato Brasileiro”.

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