O presidente do Vila Nova Hugo Jorge Bravo concedeu entrevista nesta terça(24), logo após Hemerson Maria fazer um pronunciamento, explicando sua saída do clube. A princípio, Hugo destacou que estaria do lado do então técnico Hemerson, caso mudasse de ideia e permanecesse no clube. Ainda assim, o presidente lembrou que a promessa feita de cuidar do clube, vem sendo cumprida.

“A gente se sente frustrado e de certa forma envergonhado, por tudo que aconteceu aqui ontem(23). Assim que fomos reportados pelo Hemerson do ocorrido, perguntamos pra ele, se havia uma força, um ímpeto de continuar. Pra nós, a autoridade precisa ser respeitada. Porém, e ele falou que não tinha mais aquela empatia e sinergia para continuar, devido a esse momento. Estamos partindo para o segundo turno e é bom se destacar que aqui, eu não prometi nada pra ninguém, a não ser honestidade e trabalho, cuidar do Vila com carinho. Isso aí ficou muito bem claro na coletiva do Hemerson, da forma que se é tratado o clube”, destacou Hugo Bravo.

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Atitudes

O presidente colorado ainda lembrou que apesar de toda dificuldade financeira, com uma influência maior devido a pandemia, o Vila Nova foi campeão da Série C. Além disso, chegou na final do Goianão e semifinal da Copa Verde. Entretanto, Hugo Jorge Bravo reconhece que atualmente o momento do clube é complicado.

“É um momento delicado, ruim. E é um momento também, de termos o discernimento de buscar saber o que fazer. Tudo que não é planejado, é difícil. A poeira precisa ‘sentar’, pra tomarmos as melhores decisões. Então, pra esse jogo de amanhã, o Higo comanda a equipe. E no pós jogo, vamos reunir e planejar as próximas tomadas de decisões. Infelizmente numa situação ruim que aconteceu. Agora a gente espera a resposta dos jogadores, para que eles possam fazer valer a responsabilidade nesse sentido de resolver o problema. Por mais que a gente tenha culpa e a responsabilidade é total minha. Todos foram convidados a jogar aqui, ninguém foi obrigado. Então, a gente assume, quando as coisas não dão certo dentro de campo, a responsabilidade maior é minha. E a gente não vai fugir disso”, afirmou o presidente.

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Responsabilidades

De acordo com Hugo Jorge Bravo a briga pela fuga do rebaixamento está aberta. Assim, o mandatário colorado confia no êxito da permanência. Ao passo que o presidente chama pra si a responsabilidade do insucesso atual na Série B, Hugo também ressalta que é momento dos jogadores mostrarem seus valores.

“É uma situação complicada, porque você não vai nesse momento, reformular tudo. Agora o momento é identificar a forma que devemos conduzir até o restante do ano. Lembrando que quando se perde, perde todos, não só a instituição. Atletas que vão comprovar pro mercado qual é a deles. Se são jogadores de Série B, se são jogadores que no ano que vem podem estar numa Série A, ou numa Série C ou D. Agora a responsabilidade é minha, mas as consequências disso, vão ser sentidas por todos. Eles representam muito, como família, sonhos de pais, mães, esposas, filhos. Então, agora eles tem que resolver, porque fica aquela impressão que quando a equipe quer, eles jogam. Nós deixamos isso bem evidente. Não é que estou falando que as derrotas foram porque quiseram perder”.

Hugo Bravo e a possibilidade do Vila Nova se tornar refém

Embora o contexto da saída de Hemerson Maria possa dar a entender que existe o risco do clube ficar ‘refém’ do grupo de jogadores, Hugo destaca que é momento de identificar essa possibilidade. Porém, é momento também, de focar para o compromisso diante do Avaí e que após a partida, a diretoria definirá as medias que serão tomadas.

“Quando o nível de concentração está em cima, com ímpeto de vitória, já deixamos claro que tivemos participações convincentes. Até mesmo em derrotas. Agora a questão de refém, vamos ter que identificar, mas acaba que estamos num momento peculiar que não se tem muito o que fazer. Agora é ver, identificar uma ou outra situação e tomar a melhor decisão. Temos um jogo importante amanhã, precisamos potencializar esse jogo, o Vila Nova se mostra forte nesses momentos de turbulência. Nós temos atletas que tem identificação com o clube, serviços prestados e não podemos esquecer que temos jogadores campeões aqui no grupo. Então, a realidade é essa e vamos agora aguardar o jogo, ver o que vai acontecer, pra gente tomar os próximos passos, de como vamos proceder”, esclareceu Hugo.

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Forma das cobranças

De acordo com Hemerson Maria em seu pronunciamento, na derrota para o Botafogo, as cobranças foram fortes, durante a partida e após o jogo. Contudo, para Hugo Jorge Bravo, as cobranças foram dentro do necessário para o momento, até pela situação vivida pelo Vila Nova.

“Acompanhei tudo, acompanho, preleção, vídeos, vestiário, acompanho tudo isso. Eu vi o intervalo e acho que os caras também entenderam errado. E outra, o futebol também não é pra ‘danoninho’ não. Eu não vejo nada de mais do que o Hemerson falou, eu estava lá e achei isso normal. O ‘pau tá pegando’, a ‘batata está assando’, então, ninguém vai chegar lá, dando tapinha nas costas não. O ‘chicote vai estralar’ mesmo, vai fazer o que? Nós estamos bem na competição, no G-4? Não estamos, e isso aqui é Vila, é sentimento. Então, eu não vi nada de anormal, vi cobranças que acho que são corretas. E outra, temos que trabalhar, pra sair dessa situação, teremos que trabalhar”, descreveu Hugo Jorge Bravo.

Hugo Bravo e medidas anteriores no Vila Nova

Por fim, na mesma resposta, Hugo Bravo revelou outros momentos delicados que o Vila Nova passou e decisões que foram tomadas. Segundo o presidente, medidas drásticas seriam tomadas, caso Hemerson permanecesse no cargo. Agora, a diretoria aguarda o resultado do próximo jogo, para definir o que será feito.

“Tivemos outras situações aqui, infelizmente, de jogador criou ambiente desfavorável pra treinador aqui dentro, e na ‘surdina’, que é a pior forma que acontece e tomamos providência. Isso os caras falaram lá na frente, quando lavamos roupa suja. Então, não sei quem foi precipitado ou não foi, particularmente defendo sempre a autoridade da hierarquia. Então, perguntei pro Hemerson se ele tinha forças pra continuar, pois tomaríamos medidas drásticas, mas ele disse que não tinha força. Agora é acalmar, o Higo comanda o jogo e a gente sentar e ver o que faremos a partir do jogo” concluiu Hugo Jorge Bravo.

Acompanhe a entrevista em áuido, de Hugo Jorge Bravo: