O período crítico de incêndios florestais, predominantemente no segundo semestre, afeta vastas áreas do Brasil. Em novembro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul declararam emergência devido a incêndios no norte do Pantanal, enquanto cidades do Norte enfrentaram problemas causados pela fumaça proveniente de incêndios na região amazônica.

A situação, agravada pelo El Niño, é suscetível a piorar com as mudanças climáticas. O Ibama está respondendo a esse desafio com o uso de uma tecnologia inovadora projetada para prevenir incêndios, conhecida como Sling Dragon. Trata-se de um dispositivo revolucionário que opera como um lançador de esferas que, ao tocarem o solo, entram em combustão instantânea devido a uma reação química.

Essa abordagem tecnológica adota o Manejo Integrado do Fogo (MIF), uma técnica que envolve a queima controlada de diferentes áreas em anos distintos, com o objetivo de evitar incêndios de grandes proporções. Enquanto o MIF normalmente é realizado por brigadistas em solo, o Sling Dragon busca proporcionar uma alternativa eficaz e segura.

Uma das principais vantagens dessa tecnologia é a capacidade de tornar o trabalho mais seguro e ampliar sua escala. Isso ocorre porque o equipamento pode manejar vastas áreas a partir de uma aeronave, eliminando a necessidade da presença de brigadistas no solo.

Janelas meteorológicas

Além disso, o Sling Dragon aproveita as janelas meteorológicas ideais para a execução controlada das queimadas, ocorrendo durante períodos climáticos propícios para fragmentar parte da vegetação. O Sling Dragon passa por testes em diversas regiões, incluindo a Amazônia, terras indígenas e unidades de conservação federal.

“Verificamos que o uso do equipamento requer algumas condições, como o planejamento cuidadoso da área a ser queimada, o treinamento das equipes para um alinhamento entre o piloto e o chefe da queima e uma checagem bem realizada no equipamento antes da operação”, analisou o coordenador de Manejo Integrado do Fogo, João Paulo Morita. “Constatamos que é um dispositivo que pode ser muito útil para unidades que possuem grande área para manejar e possuem áreas de difícil acesso”, completa.

Em outubro deste ano, o dispositivo foi submetido a testes bem-sucedidos no Parque Nacional do Viruá, em Roraima. “Pudemos acessar regiões de difícil acesso e conseguimos fazer em dois dias o trabalho que demoraria semanas”, relata o analista ambiental Bruno Souza, responsável pelas queimas.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática

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