(Foto: Divulgação / Facebook)

O Instituto de Assistência dos Servidores do Estado de Goiás (Ipasgo) suspendeu temporariamente as autorizações de guias de atendimentos para tratamentos em oncologia e hematologia, no Instituto de Oncologia e Hematologia (Ingoh), para novos usuários.

A medida ocorre, em função da Operação Metástase, deflagrada pela Polícia Civil do Estado de Goiás, em que o Ingoh é alvo. A suspensão, segundo o Ipasgo, é temporária, até que haja decisão judicial, em trânsito julgado, sobre a questão. O usuário pode ter acesso ao atendimento em Oncologia e Hematologia em outros prestadores de serviços credenciados ao plano de assistência. O interessado pode buscar mais informações pelo telefone 3238-2477 ou na sede do órgão (na Diretoria de Saúde, 3º andar), no Setor Pedro Ludovico.

A Polícia Civil divulgou nesta terça-feira (11), que o Grupo Especial de Combate à Corrupção (Geccor) concluiu a investigação instaurada para apuração de prescrição e aplicação de tratamento quimioterápico inadequado em paciente. Com a conclusão, uma médica do Ingoh e um ex-presidente do Ipasgo foram indiciados por homicídio doloso qualificado.

Em nota o Ingoh, declarou que está “indignado e surpreso”, com a suspensão e afirmou ser o maior interessado no esclarecimento dos fatos. Sobre o indiciamento da médica, o instituto se solidariza com a família do paciente, “vítima de uma doença cruel” e também com a médica “exposta de forma injustificável e midiática pelo delegado da Delegacia de Lavagem de Capitais”. Você confere as duas notas na íntegra, no final da matéria.

O Ingoh esclarece que os pacientes que já fazem tratamento no instituto continuam com o atendimento na unidade normalmente. O Ipasgo declara que estes usuários têm a opção de continuar ou não a terapia no local e que procedimentos laboratoriais ou que não possuem correlação às patologias oncológicas estão liberados.

Leia, na íntegra, as notas do Ingoh:

“O Instituto Goiano de Oncologia e Hematologia (INGOH) se mostra indignado e surpreso com a suspensão parcial do atendimento de novos pacientes do IPASGO, uma vez que no último dia 7 de fevereiro de 2020, uma liminar na justiça determinou que o órgão apresente imediatamente toda produção de provas (até mesmo pericial ou de vistoria) relativo ao Processo Administrativo Disciplinar em que o INGOH responde perante ao IPASGO.

A juíza responsável pela decisão ainda afirmou que a não concessão ao atendimento da liminar (em até 10 dias) acarretaria em “prejuízo de difícil reparação” ao INGOH. Para nós, a ação do IPASGO é contrária ao que foi determinado pela justiça. Neste caso, é imprescindível que a justiça questione os motivos que levaram o órgão público a tomar tal decisão, o que fere o princípio constitucional de garantia à ampla defesa, ao mesmo tempo em que cerceia o direito do paciente decidir onde quer realizar o seu tratamento.

O INGOH reforça ser o maior interessado nas investigações, apurações e decisões que garantam que todos os fatos sejam esclarecidos o mais rápido possível.

Aos pacientes que já fazem acompanhamento no INGOH, o atendimento segue normalmente. Aos pacientes novos que mesmo com a decisão unilateral, prematura, e desrespeitosa à justiça, tomada pelo IPASGO, e que pretendem realizar tratamento em nossa unidade, o INGOH esclarece que recorrerá à justiça para que seus direitos sejam respeitados.”

Sobre o indiciamento da médica:

“O INGOH se solidariza com a família do paciente Alexandre Francisco de Abreu, que foi vítima de uma doença cruel. Assim como se solidariza com a médica do Instituto, que foi exposta de forma injustificável e midiática pelo delegado da Delegacia de Lavagem de Capitais. Reafirmamos nossa certeza de que a profissional em questão seguiu protocolos de mais alto nível ao prescrever o medicamento ao referido paciente, com o propósito de salvá-lo, AO CONTRÁRIO DA SUPOSIÇÃO DO DELEGADO.

Mesmo que a acusação não mencione o INGOH, temos clareza de que o indiciamento proposto foi isolado do contexto de um processo amplo, INICIADO E NÃO CONCLUÍDO PELO DELEGADO, com base em denúncias de concorrentes para atingir nossa instituição.

O INGOH ainda reforça que todos os assuntos referente à investigação, inclusive sobre o caso do paciente Alexandre Francisco de Abreu estão disponíveis no canal www.ingohesclarece.com.br, ou especificamente em (www.ingohesclarece.com.br/nota-sobre-o-caso-alexandre-de-abreu/), incluindo INFORMAÇÕES TÉCNICAS DESCONSIDERADAS PELO DELEGADO.”