(Foto: Sérgio Rocha / Alego)

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O médico infectologista Boaventura Braz, explicou à Sagres 730 nesta quinta-feira (26), que há dois tipos de isolamento: vertical e horizontal. A primeira situação se refere ao isolamento de grupos de risco, ou seja, apenas idosos, pessoas com comorbidades preexistentes; a segunda situação é o isolamento social para conter a propagação de vírus e “achatar a curva” de transmissão. “No isolamento vertical você não se preocupa com a situação do vírus na população em geral, isola grupos de risco. Resta saber como é que fica a vida das outras pessoas”, disse.

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, durante pronunciamento na última terça-feira (24), o que a orientação do governo federal será que a população adote o “isolamento vertical”. Boaventura ressaltou que no Brasil é impossível. “Só é viável no cenário de um mundo ideal, onde as pessoas tenham casas para morar extremamente amplas, mas que está muito distante da nossa sociedade”, disse. “Se for adotada essa conduta no país por parte do presidente, nós vamos ter uma mortalidade de pessoas idosas elevadíssimas, porque vai superlotar o pronto-socorro e não vai ter capacidade de internação”.

Após a declaração de Bolsonaro, o ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse que a quarentena nos Estados foi “precipitada” e de forma desorganizada. Para o infectologista o isolamento social “começou na hora certa” e acredita que deve ser prorrogado por mais uma ou duas semanas. “Agora que a onda vai começar a refletir nos números”, disse. Ele ressaltou que um dos graves problemas da Itália foi de ter começado “atrasado” o processo de quarentena. O pico da epidemia em Goiás deve ser daqui a duas semanas, disse Boaventura. A quarentena estipulada pelo governador Ronaldo Caiado, para evitar a propagação do coronavírus, entrou em vigor em 19 de março com previsão de encerrar em 4 de abril, podendo ser prorrogado.

Boaventura Braz disse que no Brasil há um sério problema com o protocolo de testagem para o novo coronavírus, segundo ele, o país deveria testar muito mais. “Com certeza temos um volume de pessoas assintomáticas muito maior do os números estão revelando”, disse. “A testagem está sendo feita em pessoas sintomáticas que tem justificativa de internação. A proporção de pessoas portadoras assintomáticas é de 7 para 1”.

“A curva de Goiás está no melhor cenário”, analisou o médico infectologista sobre a curva de contágio no Estado, mas ressaltou que a quantidade de teste é insuficiente. Questionado sobre a gravidade dos casos confirmados de coronavírus no Estado, Boaventura afirmou que são graves. “Temos pacientes em UTI em estado grave, não é só um”, revelou. “Temos que lembrar o seguinte, estamos no terceiro mês dessa doença e já matou mais do que a ‘gripezinha’, ou seja, mais o que a pandemia de H1N1 em 2009/2010 onde houve 18 mil mortes totais de influência. Ainda estamos no terceiro mês e a doença já matou mais de 20 mil pessoas no mundo, então não tem ‘gripezinha’. Em várias regiões ainda está começando os relatos da doença”.

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