A última rodada do Campeonato Goiano foi de redenção para o Atlético Goianiense. Após quase perder seu técnico e passar por nova reformulação, o Dragão somou duas vitórias consecutivas, sendo uma no clássico contra o Vila Nova, e voltou à segunda colocação do Grupo A. A retomada afastou o clima pesado que começava a assombrar o time e garantiu a permanência de Marcelo Martelotte no comando técnico do rubro-negro.

Os 18 pontos alcançados ao término do segundo turno diminuíram a distância entre o Atlético e o Goiás (de dez pontos passou à oito) e voltou a postular o Dragão como principal candidato a desbancar o Goiás no Goianão. Assim pensa Jovair Arantes, vice-presidente do clube, que admite o favoritismo do rival, mas ainda acredita no título do Goianão. “O Goiás sem dúvida é o time a ser batido, mas eu percebo uma boa evolução na maneira de jogar do Atlético que pode fazer com que o nosso time chegue à final com condições de ser campeão”, analisa.

O dirigente vai além e confirma a grande supremacia do Goiás na competição, temendo, inclusive, um título invicto do esmeraldino. “O Campeonato Goiano desse ano é muito ruim está com um nível técnico baixíssimo. O Goiás é o único que destoa dessa realidade e por isso vem fazendo essa campanha acima da média. Não posso negar que há chances reais deles serem campeões invictos, o que seria péssimo para os outros participantes. Tem que haver uma união entre os nove clubes para impedir que isso aconteça, uma hora ou outro o Goiás vai ter que perder”, declara o cartola atleticano.

Para o vice-presidente, apenas uma única equipe tem condições de impedir o título do Goiás: o próprio Atlético. Assim, Jovair pede que a torcida se una ao time para ajudar na conquista do estadual. “Eu não vejo outro clube com qualidade o suficiente para fazer frente ao Goiás que não seja o Atlético. Se existe um time que pode fazer isso somos nós. Ainda temos o que trabalhar, o que melhorar e evoluir, mas chegando às finais tudo muda e vamos depender apenas de nós mesmos para vencê-los. Se tivermos uma boa sequência nesse último turno entraremos com moral nas finais e poderemos sair campeões”.

Se, por um lado, o dirigente está confiante com o trabalho dentro do gramado, por outro, ele admite que a situação do clube ainda não é das melhores. Várias dívidas passadas ainda complicam o orçamento financeiro e comprometem boa parte da receita rubro-negra, assim como a reforma do estádio Antônio Accioly, que também tem sobrecarregado as despesas. Esse é outro motivo que faz Jovair pedir ajuda à torcida. “O futebol não é feito só pelos dirigentes e jogadores. A torcida faz parte, e nesse momento de dificuldade é importante que ela nos apoie, principalmente indo ao estádio. O Atlético não é time de jogar para 400 pessoas, o torcedor tem que comparecer”, comenta.

Apesar das dificuldades, Jovair garante que o trabalho que está sendo feito para equacionar a situação financeira do Atlético renderá frutos no futuro. “Aos poucos vamos colocando ordem na casa, nós sabemos que esse problema cria dificuldades até de relacionamento dentro do grupo, na relação entre diretoria e jogadores. Por isso que assumimos a postura de reduzir despesas, para honrar com todos os compromissos e não comprometer ninguém. A situação ainda não é boa, mas caminha para uma melhora”, revela Jovair.