O juiz federal responsável pela Operação Monte Carlo, Paulo Augusto Moreira Lima, pede afastamento após afirmar ser vítima de ameaças de morte. De acordo com o ofício encaminhado no último dia 13 ao corregedor Geral do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Carlos Olavo, Moreira Lima afirma não ter mais condições de permanecer no caso por estar em “situação de extrema exposição junto à criminalidade do estado de Goiás”. E para evitar represálias, revela que deixará o país temporariamente.

O juiz relata ainda que sua família foi procurada por policiais e diz que foi alertado sobre a possibilidade de receber represálias nos próximos meses. “Minha família, em sua própria residência, foi procurada por policiais que gostariam de conversar a respeito do processo atinente a Operação Monte Carlo, em nítida ameaça velada, visto que mostraram que sabem quem são meus familiares e onde moram”, diz no documento.

Paulo Augusto destaca que os investigados da Operação Monte Carlo podem estar envolvidos em assassinatos cometidos recentemente, configurado como queima e arquivo. “Pelo que se tem informação, até o presente momento, há crimes de homicídio provavelmente praticados a mando por réus do processo pertinente à Operação Monte Carlo, o que reforça a periculosidade da quadrilha”.

No comando da Operação Monte Carlo, 79 réus foram denunciados, sendo 35 policiais federais, civis e militares. O juiz afirma que em setembro tirará três meses de férias que teria acumulado e sairá do país por questões de segurança, mês, de acordo com ele, ficará marcado pela atuação no caso. “Infelizmente, Excelência, Goiânia/GO é uma cidade pequena, onde todos se conhecem, e terei que conviver com as consequências da Operação Monte Carlo e dessas outras operações por muito tempo, principalmente porque nasci e fui criado nesta cidade”, afirma o juiz.

O juiz federal titular da 11ª Vara em Goiás, Leão Aparecido Alves, deve herdar o comando do processo. Mas suas relações pessoais podem colocá-lo sob suspeita. Alves admitiu, recentemente, ser amigo há 19 anos de um dos investigados – José Olímpio de Queiroga Neto, suspeitado de ser o responsável pela escolha de pessoas que poderiam integrar as atividades do grupo e de repassar porcentagem dos lucros das casas de jogos a Carlinhos Cachoeira

Com infomações do Estadão.