Um dos principais nomes do Atlético Goianiense no início dessa temporada, o atacante Renato Kayzer foi alvo de especulações em Minas Gerias logo quando as competições esportivas foram paralisadas por conta da pandemia do coronavírus. O vínculo até abril de 2021 com o Cruzeiro fez o atleta receber inúmeras mensagens de torcedores celestes pedindo seu retorno para a Toca da Raposa.
Em entrevista à Rádio Sagres 730 no mês de março o empresário do jogador, Vinícius Nascimento, explicou que não há cláusula no contrato que dê direito ao Cruzeiro solicitar o retorno do camisa 9 antes do fim do empréstimo. À Rádio 98 FM de Belo Horizonte, Kayzer ressaltou a vontade de voltar a defender o clube mineiro, mas que até o momento não foi procurado.
“Se me ligarem, a gente conversa. Depende de vários fatores, conversar com o Enderson e ver o que ele tem para mim. O interesse sempre é muito grande porque eu sinto que devo fazer muita coisa no Cruzeiro ainda, clube que tem uma camisa gigante, que já já estará de volta aos trilhos e à Série A. Contudo, eu ainda tenho contrato aqui no Atlético, estou feliz, fazendo gols e no melhor momento da minha carreira. No momento estou com a cabeça aqui e se não acontecer nada, ficarei no Atlético até o final do ano e cumprirei meu contrato”, destacou.
Contratado junto ao Vasco em 2018, o atacante só foi receber oportunidades na Raposa no seguinte depois de fazer uma boa Série B pelo próprio Atlético-GO. Todavia, ele reiterou o fato de estar sendo “testado” fora de sua posição.
“Eu tive uma passagem aqui em 2018 que foi quando joguei na beirada pela esquerda. Ao voltar para o Cruzeiro eu acabei treinando e jogando na aberto pela direita, então não me sentia bem. Eu sempre me vi como um 9, mas como já tinham atletas de nome e consagrados no elenco, eu acabei não falando muito. Na minha concepção eu já sabia que teria poucas oportunidades no time no ano passado”, explicou.
Sendo assim, ao receber proposta para retornar ao CT do Dragão em 2020, Renato Kayzer tomou a iniciativa de mostrar tanto para a diretoria, como para a comissão técnica do Atlético, que sua preferência era jogar centralizado.
 “Voltei aqui para o Atlético e conversei com o Adson Batista, presidente que sempre abriu as portas para mim e me ajudou. Eu disse para ele que queria atuar de centroavante, posição que sempre tive na base porque me sentia bem nessa função e sabia que poderia ajudar o clube e desempenhar um bom futebol dentro de campo. Graças a Deus aconteceu, trabalhei bastante na pré-temporada e comecei os jogos fazendo gols e dando assistências”, revelou o atleta.
Nesse sentido, com a solicitação atendida, Kayzer chegou à suspensão do futebol como artilheiro do Atlético com sete gols e três assistências em dez partidas. A identificação com o rubro-negro, o carinho do torcedor a titularidade na equipe goiana deixam complicada a saída do CT do Dragão mesmo com o pedido dos cruzeirenses nas redes sociais.
“Para eu sair daqui hoje vai ser muito difícil porque estou me sentindo bem e confiante. Sendo assim, para voltar para o Cruzeiro eu teria que jogar, como estou jogando aqui; me sentir confiante, próximos aos companheiros e me adaptar ao Cruzeiro. Logo, caso acontecesse de eu retornar, eu preciso de um projeto ser apresentado para mim, como jogar mais e ter mais oportunidades”, pontuou.
Ansioso para dar continuidade ao bom momento que vivia antes de serem intensificadas as medidas protetivas à covid-19, o atacante revelou que as atividades devem ser retomadas no clube a partir do dia 11. Segundo ele, uma reunião com a diretoria também deve definir a redução de salários do elenco.
“Aqui no Atlético ainda não tivemos corte salarial. Houve uma situação discutida no Sindicato dos Atletas, porém não foi resolvido. A princípio nós devemos retomar os treinamentos na semana que vem tomando todas as precauções e cuidados”, afirmou.
Por fim, Renato Kayzer também comentou a saída de Cristóvão Borges do comando técnico do Atlético ainda no decorrer do Campeonato Goiano e com a equipe na liderança. Foram sete partidas à frente do rubro-negro e 66,67% de aproveitamento, o que deixou o atacante surpreso com a demissão.
“Me pegou de surpresa mesmo. Eu estava lendo algumas notícias antes de acontecer, entretanto eu não acreditava porque a gente estava bem, inclusive marcando 15 gols em poucas partidas. Então foi um baque par mim, nós estávamos nos dando bem. O Cristóvão é um grande treinador, trata todo mundo muito bem e é uma ótima pessoa. Porém essa é uma questão da diretoria. O que ficou aqui manteve o nível do time e do elenco, o Eduardo está fazendo um grande trabalho com sua comissão”, finalizou.