A bacia hidrográfica do Rio Meia Ponte é responsável pelo abastecimento de 48% da população de Goiás. No entanto, há um altíssimo nível de poluição no manancial, o que compromete a vida no curso do rio e de seus afluentes. Mesmo com este quadro grave, há verdadeiros heróis da resistência, resquícios de fauna e flora.
A presença de peixes no Meia Ponte é um dos resultados da primeira expedição científica do Rio Meia Ponte, apresentados na última segunda-feira (12). A cada dia da semana, a Sagres tem apresentado detalhes específicos do documento que contém 100 páginas, denominado “A Carta das Águas”.
Segundo o documento, o Lambari é a espécie predominante no Rio Meia Ponte, em Goiânia. O relatório indica a presença de sete espécies no Meia Ponte e nos seus tributários.
Outras espécies
Barrigudinho, Cascudo, Jundiá e Canivete são outras espécies de peixes encontradas nas poluídas águas do Meia Ponte.
O método de registro de fauna utilizado foi por identificação visual em cada um dos pontos visitados. Foram realizados arrastos em locais com menor profundidade e vazão do rio.
A ocupação urbana na faixa de APP foi a principal causa de degradação do trecho observado por conta do acúmulo de lixo e de 15 lançamentos da rede pluvial.
Em muitos destes locais se despeja esgoto clandestino e água servida de milhares de habitações próximas ao Rio Meia Ponte ou de seus afluentes.
Pescaria
Identificaram no Meia Ponte a presença de metais pesados no Meia Ponte, situação que provoca a mortandade de peixes. Mesmo assim, as equipes encontraram pessoas pescando no rio para se alimentar ou mesmo vender em feiras de Goiânia.
Há diversas consequências para a saúde humana da ingestão de peixes provenientes de áreas com alta concentração de lixo e esgoto.
Outros animais
As equipes que percorreram 45 km do Meia Ponte, em Goiânia, identificaram macacos-prego e também guaribas em locais próximos às casas/bairros localizados às margens do rio Meia Ponte.
Os participantes informaram que os animais estavam “brincando” com garrafas pet e lixo doméstico, fatos desencadeados pela alta densidade populacional e pelo descarte inadequado de lixo.
Uma Iguana registrada em um ponto de extração de areia na confluência dos córregos Anicuns e Botafogo. Cágados e Capivaras foram outros animais identificados.
*Este conteúdo está alinhado com o Objetivo de Desevolvimento Sustentável (ODS) 06 da Agenda 2030 da ONU – Água Potável e Saneamento.
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