O primeiro dia dos Diálogos Amazônicos, visando a COP 30 em 2025, contou com a cobrança por maior participação de momentos sociais e populações indígenas nos debates sobre desenvolvimento sustentável. A exigência veio da coordenadora do Conselho Indígena Tapajós Arapiuns (CITA) e presidente do conselho deliberativo da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Auricélia Arapium.

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“Nenhuma região se compara ao Baixo Tapajós, porque lá há agronegócio, é hidronegócio, é garimpo, é mineração, é madeireira, é tudo. Tudo isso parece que se concentrou naquela região. A gente vive, de fato, momentos muito tensos e de muito ataque em nossa região”, disse na manhã desta sexta-feira (4).

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Primeiramente, o Diálogos Amazônicos é um dos eventos preparatórios para a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP-30), marcada para novembro de 2025, em Belém-PA. Além disso, Auricélia protestou contra ausência de lideranças indígenas e movimentos sociais no debate do Fundo Brasil-ONU sobre desenvolvimento sustentável ocorrido nesta semana em Santarém, também no Pará.

“É uma região totalmente esquecida de políticas públicas. Ontem (3) mesmo estavam discutindo desenvolvimento sustentável em Santarém. E onde estavam os movimentos sociais? Onde estavam as populações indígenas? Sequer foram convidados. Estamos em um momento discutindo uma pré-COP e a gente está fora desses debates”, pontou.

COIAB

Por fim, Auricélia destacou o trabalho realizado pela COIAB. Fundada no dia 19 de abril de 1989, trata-se da maior organização indígena do Brasil, que contempla mais de 180 povos e está presente em nove estados da Amazônia brasileira. A missão da Coordenação, contudo, é defender os direitos dos povos indígenas a terra, saúde, educação, cultura e sustentabilidade, considerando a diversidades de povos, e visando sua autonomia através de articulação política e fortalecimento das organizações indígenas.

“O COIAB sempre fez parte disso tudo. Nos últimos tempos o movimento indígena tem crescido muito”, afirma. “Graças à advocacia indígena a gente conseguiu avançar muito na pauta, conseguiu chegar no Judiciário e nos representar”, concluiu.

Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) ODS 10 – Redução das desigualdades.

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