O curto período de lockdown foi determinante para a retomada da economia em Goiás, e os números provam isso. A arrecadação de tributos no Estado conseguiu superar o registrado no ano passado de janeiro a agosto, mesmo com a pandemia do novo coronavírus. Houve um acréscimo de 171 milhões 926 mil reais em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados da Secretaria da Economia.

“Isso foi fazendo com que a economia retomasse. Desde a nossa previsão inicial, era uma situação realmente catastrófica. Depois da situação mais complicada que foi o mês de abril, que refletiu na arrecadação de maio, que teve uma queda da ordem de 17%, refletida exatamente por causa de um freio muito forte na atividade econômica”, analisa Aubirlan Vitoi, subsecretário da Receita Estadual.

Segundo Aubirlan Vitoi, o mês de agosto foi surpreendente em relação à arrecadação. O subsecretário acrescenta que, em condições normais, não haveria esse volume de recursos arrecadados nesta época do ano.

“Só no mês de agosto, o ICMS cresceu 13%. É um padrão que, se a gente estivesse em uma normalidade, a gente não veria esse ano um mês batendo 13% de arrecadação, a menos que houvesse uma arrecadação extemporânea, uma quitação de um montante do passado”, avalia.

Outro fator que foi de suma importância para a continuidade da arrecadação foi o auxílio emergencial, benefício concedido pelo Governo Federal a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. “Manteve-se o poder de consumo de uma população que teria dificuldade de consumir durante esse período”, afirma.

O Imposto sobre Herança e Doações (ITCD) apresentou aumento de 19,39% de janeiro a agosto desse ano. O imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) foi impactado, mas Aubirlan Vitoi afirma que não houve perda, mas sim uma transferência de calendário do primeiro para o segundo semestre de 2020, em razão da pandemia.

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Balança comercial

Assim como em julho, a balança comercial de Goiás relativa ao mês de agosto apresentou resultado positivo. Apesar da queda nas exportações em relação ao mês de julho, o registro foi de US$ 443,03 milhões de saldo, que é a diferença entre os valores exportados e os importados.

No último mês, o Estado vendeu para outros países o equivalente a US$ 717,02 milhões e comprou US$ 274 milhões. Os dados são do Ministério da Economia e indicam que o acumulado, no período entre janeiro e agosto, também é superavitário: US$ 3,605 bilhões ante US$ 2,262 bilhões do mesmo período de 2019, um substancial aumento de 59,35%.