Lula em discurso na tarde desta sexta-feira (Foto: Reprodução/Folha de São Paulo) 

Após 580 dias preso, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi solto nesta sexta-feira (8) e discursou para simpatizantes na saída da sede da Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Entre os assuntos tocado pelo petista estão a PF, o ministro Sérgio Moro, o Judiciário, a Procuradoria e o presidente Jair Bolsonaro.

Lula falou em “safadeza” e “canalhice” ao criticar o que, segundo ele, é o “lado podre” do Ministério Público Federal, Justiça e Receita Federal. “O lado podre da justiça, o lado podre do Ministério Público, o lado podre da Polícia Federal e o lado podre da Receita Federal trabalharam para tentar criminalizar a esquerda, criminalizar o PT, criminalizar o Lula.”

O petista se dirigiu a militância que fez vigília em frente a sede da PF em Curitiba desde sua prisão. “Vocês eram o alimento da democracia que eu precisava para resistir à safadeza e à canalhice que um lado podre do estado brasileiro fez comigo e com a sociedade brasileira”, disse.

Ainda no discurso, Lula se referiu ao ex-juiz Sérgio Moro e ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato. “Eu saio daqui sem ódio. Aos 74 anos meu coração só tem espaço para amor porque é o amor que vai vencer neste país”, disse e a fala foi aplaudida pelos militantes. 

Lula não foi considerado inocente pela justiça, o ex-presidente ainda está condenado a 8 anos, 10 meses e 20 dias de prisão sob a acusação de aceitar a propriedade de um tríplex, em Guarujá, como propina paga pela OAS em troca de três contratos com a Petrobras, ele sempre negou. A soltura do político respeita a decisão do Supremo Tribunal Federal da última quinta-feira (7) de que condenados só começarão cumprir a pena depois de todo trânsito julgado, ou seja, as prisões não podem mais serem realizadas após a condenação em segunda instância. A defesa de Lula entrou com recursos em instâncias superiores.

Líder popular do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula falou sobre o que vai fazer em liberdade. “As portas do Brasil estarão abertas para eu percorrer este país”. O ex-presidente fez ainda críticas ao atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, citando o desemprego do país e o chamando de “mentiroso” em redes sociais.