Um grupo de manifestantes realizou um protesto em frente a unidade do Carrefour, na Avenida T-9, em Goiânia, por conta da morte de um cliente negro, espancado por dois seguranças, em uma loja da mesma rede, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite de quinta-feira (19).

O ato aconteceu na manhã de sábado (21) e reuniu cerca de 40 pessoas pediram que os clientes não realizassem suas compras no supermercado. Os manifestantes também levantavam cartazes com frases como “vidas negras importam” e “racistas não passarão”.

O protesto foi marcado pela redes sociais, alguns manifestantes tentaram entrar pelos portões do estabelecimento, mas foram impedidos pelos seguranças da rede. A loja ficou fechada por aproximadamente duas horas e não houve registro de violência durante a manifestação.

João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi morto no estacionamento do supermercado, na capital gaúcha. Os dois seguranças estão presos e a polícia investiga o caso. Em nota, o Carrefour informou que rompeu o contrato com a empresa de segurança, lamentou o caso e salientou que todo o resultado de lojas Carrefour no Brasil na sexta-feira (20), será revertido para projetos de combate ao racismo no país.

Confira a íntegra da nota divulgada pela rede de supermercados:

“Após a lamentável e brutal morte do senhor João Alberto Silveira Freitas na loja em Porto Alegre, no bairro Passo D’Areia, o Carrefour informa que:

– Definiu que todo o resultado de lojas Carrefour no Brasil na sexta-feira, 20 de novembro, será revertido para projetos de combate ao racismo no país. O valor será destinado de acordo com orientação de entidades reconhecidas na área. Essa quantia, obviamente, não reduz a perda irreparável de uma vida, mas é um esforço para ajudar a evitar que isso se repita;

– no sábado, 21/11, todas as lojas do Grupo em todo o Brasil abrirão duas horas mais tarde para que neste tempo possamos reforçar o cumprimento das normas de atuação exigidas pela empresa a seus funcionários e empresas terceirizadas de segurança;

– estamos buscando contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário neste momento difícil;

– a loja do bairro Passo D’Areia será mantida fechada; Todas essas ações complementam as decisões já anunciadas de rompimento de contrato com a empresa que responde pelos seguranças envolvidos no caso e de desligamento do funcionário que estava no comando da loja no momento do ocorrido.

Reiteramos que, para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que ocorreu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais.”