A indústria da moda e têxtil é altamente poluente e representa cerca de 5% das emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo. Uma das formas de reduzir essa poluição é prolongar o tempo de vida das roupas, por exemplo, vendendo e comprando em brechós. Em Goiânia, essa moda sustentável está ganhando cada vez mais adeptos. Tanto que é realizado todo mês, há seis anos, o Encontro de Brechós, no Centro da cidade. A última edição foi realizada neste domingo (10) e reuniu 120 expositores.

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A nutricionista Bruna Safadi, que foi ao encontro fazer compras, destacou que esse tipo de comércio faz parte de um estilo de vida. “O preço é sempre melhor, mas tem a questão de ser realmente sustentável. Prezo por isso na alimentação e, consequentemente, no estilo de vida. Faço questão de usar produtos naturais que não agridam o meio ambiente e a roupa do brechó tem muito a ver com isso também”, afirmou.

O Encontro de Brechós contou ainda com a visita de outros goianos, não apenas de goianienses. Josenilda veio de Jussara e aproveitou para passear e conhecer o evento com toda a família. “Fiquei sabendo desse Encontro de Brechós, eu e minha filha gostamos muito. São roupas que as pessoas já não querem mais, desapegam, com preço muito bom e peças boas”, comentou.

O evento

Roupas, calçados, comida e música no estilo Chorinho fizeram parte desta edição, que movimentou cerca de R$ 100 mil. Conforme a idealizadora do projeto, Thaís Moreira, o objetivo é tornar o evento um grande representante da moda circular. “É uma moda sustentável, porque gente retira muita peça que poderia ser descartada. É um evento na rua, de troca, de pessoas, de convivência, de ocupação do Centro, viver a cidade”, argumentou.

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Proprietária de uma das bancas expositoras, Regina Morais observou que o aumento da procura por brechós ocorre a cada dia. “Tenho percebido que em Goiânia as pessoas têm valorizado os brechós. São lugares onde elas podem encontrar peças boas e por um preço bastante acessível”, disse.

E se engana quem acha que os produtos vendidos em brechós não são bons. “Compensa bastante em questão de custo-benefício, diante da qualidade das peças. A gente procura e preza pela qualidade, pelo menos eu quando vou garimpar. Procuro pela qualidade da peça, corte, modelagem, acabamento. Tudo isso agrega no final, quando você vai vender o produto, faz toda a diferença”, ressaltou Bela Ribeiro, dona de brechó.

Empreendedorismo feminino

O Encontro de Brechós ainda tem como foco fortalecer o empreendedorismo feminino, uma vez que as mulheres são as mais presentes no evento. “De 120 expositores, 117 são mulheres. É um negócio essencialmente feito por mulheres e para mulheres, embora o público masculino tenha crescido bastante. Tem muito homem querendo participar dessa moda sustentável”, declarou Thaís Moreira.

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