O Movimento Brasil Competitivo (MBC), uma organização apartidária formada por empresas, lideranças empresariais, gestores públicos e colaboradores na causa nacional, lançou nesta semana o documento Manifesto da Educação Profissional Técnica (EPT), que mostra a situação da educação técnica no país. O conselheiro executivo do MBC, Rogério Caiuby, avaliou que o ensino técnico ainda não está sendo muito valorizado no país.

Assista a entrevista na íntegra:

“É fundamental que a gente tenha uma mudança cultural, é importante que o setor produtivo e a sociedade como um todo voltem a valorizar o ensino técnico, dar a relevância e importância que o ensino técnico pode e deve ter”, disse. 

Segundo consta no documento, a meta do MBC é fazer o ensino médio técnico alcançar 40% do total de matrículas no ensino médio regular até 2030. Entre as soluções defendidas no manifesto, o movimento destacou que os setores público e privado devem promover essa modalidade de educação com o objetivo de fortalecer a mão de obra qualificada e aumentar a competitividade no país.

“Em países desenvolvidos como Inglaterra e Alemanha e na média dos países da OCDE, o ensino técnico profissionalizante chega até 40% de participação dos egressos do ensino médio. No Brasil, esse número mal chega a 12%. O setor produtivo não reconhece e os estudantes procuram o caminho do terceiro grau e da graduação completa para a possibilidade de ter maiores ganhos”, explicou.   

Caiuby defende a mudança desse panorama. Conforme o conselheiro, os cursos técnicos oferecidos devem seguir as demandas empresariais. Ele analisou que isso contribui para diminuir o déficit da mão de obra qualificada e, consequentemente, colabora com o Custo Brasil.

“Quando a gente fala de Custo Brasil, estamos falando daquele custo que está da porta para fora das empresas. É o que dificulta que nossas empresas sejam mais eficientes e compitam em cenário internacional contra os principais mercados.

Segundo Caiuby, a relação que o Movimento Brasil Competitivo fez no estudo foi comparada com o desempenho médio dos países membros da OCDE. Com essa comparação, o estudo revelou que o Brasil gasta R$ 1,5 trilhões a mais por desenvolver os negócios no país do que se tivesse desenvolvido nas condições colocadas pela média dos países da OCDE. 

Para Caiuby, esse déficit é o que mais tira a competitividade do Brasil em relação ao exterior.

“Identificou-se que o mais relevante é a qualificação dos nossos profissionais quando chegam no mercado de trabalho. Isso drena do setor produtivo como um todo algo em torno de R$ 130 bilhões ao ano, é quanto o setor produtivo gasta a mais do que se tivesse a mesma qualificação na média dos países da OCDE. E isso é algo em torno de 8% a 10% do PIB”, concluiu. 

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