A semana de um clássico entre Goiás e Vila Nova é sempre especial. Ou pelo menos costumava a ser, como destaca o presidente-executivo esmeraldino Marcelo Almeida. Desta vez com o Goiás na Série A e o Vila Nova na Série C do Campeonato Brasileiro, a diferença entre os rivais da capital goiana se tornou ainda mais evidente. Neste domingo (2), os times se enfrentam pela primeira vez na temporada, em jogo válido pela 4ª rodada do Campeonato Goiano, às 16h.

De qualquer forma, Goiás x Vila Nova permanece como a principal rivalidade do futebol goiano. Ou pelo menos assim afirmou o dirigente máximo. “Sempre foi. É uma coisa histórica e para acabar com história é difícil, tem que haver outra pela frente. Mas eu, particularmente, ainda considero que o grande rival nosso no Campeonato Goiano seja o Vila Nova”, destacou Marcelo Almeida, em entrevista exclusiva ao repórter André Rodrigues, da Sagres 730..

“Essa rivalidade é histórica e confesso que tenho muito receio de perder o ‘glamour’ disso. Sinto que, antigamente, a semana que antecedia o jogo era mais tumultuada, no bom sentido. Hoje, os nossos times mudam de forma muito radical e o futebol está muito globalizado. O Goiás tem alguns atletas que são pratas da casa e muitos outros que chegam de outros estados e países, e que às vezes não têm no sangue aquela rivalidade e acham que é mais um jogo e time pela frente. Não tem identificação”, completa.

Por causas das diferenças atuais, segundo o dirigente máximo do Goiás, não houve tanta movimentação durante a semana como no passado. De qualquer forma, Marcelo recorda com carinho que “o primeiro clássico que vem à minha cabeça é o 6 a 1. Esse para mim foi histórico. Óbvio que existiram outros, tem um que não me lembro do resultado, mas me marcou o que ganhamos a Copa Centro-Oeste. Não lembro nem que ano foi, mas era um jogo que acho que estávamos perdendo e viramos o jogo”.

Na ocasião, em 2001, após sair atrás do placar, o Goiás buscou o empate que garantiu o título da competição, após ter ganhado o primeiro jogo. Como bom esmeraldino, o presidente não esconde sua identificação com coros provocativos ao Vila Nova, como o tradicional “1, 2, 3, o Vila Nova é freguês”. O dirigente ressaltou que “isso faz parte de um momento histórico de torcedor, óbvio que quem torce para o Goiás já gritou isso. Mas é engraçado, quando sentamos na cadeira de presidente e viramos dirigente, parece que as coisas mudam e sobe um tom de responsabilidade”.

“E eu gosto muito de debater esse tema Goiás x Vila Nova. Eu falei sobre a perda do ‘glamour’ que está existindo, porque antigamente tínhamos o clássico com duas torcidas. De uns para cá, o clássico com duas torcida foi proibido e eu sinceramente temo que isso nunca mais exista de novo, porque percebemos que atos de violência cada vez mais estão aumentando e é uma coisa que mancha muito o futebol, principalmente esse clássico”, frisou o dirigente esmeraldino.

Marcelo Almeida – Presidente Goiás (Foto: André Rodrigues)

Em relação às declarações do volante Francesco, do Vila Nova, recordou que “essa semana tivemos um episódio desagradável e sei muito bem definir o que aconteceu. Um jogador do Vila Nova parece que fez uma brincadeira e isso é uma coisa ruim e muito perigosa. Perguntaram para mim se ia dar uma resposta, mas de jeito nenhum! Esse tipo de coisa não merece resposta, porque enxergo isso de outro lado. Nós, dirigentes, temos que trabalhar muito exatamente no sentido contrário, porque cada vez mais que colocamos gasolina no fogo, maior vai virar a fogueira e mais vamos estar incentivando a violência”.

“Prefiro deixar para que essa batalha aconteça apenas e simplesmente dentro de campo, que os 22 atletas consigam resolver isso, e tenho certeza que vão conseguir muito bem. Nós, que estamos de fora, imprensa e dirigentes, temos que repassar aos torcedores sempre que possível que esse tipo de guerra não pode existir. Esse tipo de comentário que esse jogador fez é muito infeliz. Recebi várias mensagens de torcedores do Goiás repudiando e simplesmente o que isso faz é incentivar mais a violência, e temos que ir na contramão disso, temos que desincentivar isso e repudio veementemente esse tipo de brincadeira”, complementou o presidente.

Uma vez que o jogo será de torcida única, resta ao mandante garantir a integridade dos jogadores vilanovenses neste domingo. Marcelo Almeida reforçou a importância do Coronel Luiz Alberto Bites, gestor de segurança do clube esmeraldino. “Eu, particularmente, repudio de forma muito veemente qualquer tipo de violência. O Vila Nova pode ir para lá, com toda certeza o que for preciso vamos fazer. O Coronel Bites, que é um parceiro nosso, pode ter certeza que vai se empenhar ao máximo para que possa dar a segurança devida, porque esse tipo de coisa é inadmissível”, frisou. 

A rivalidade entre Goiás e Vila Nova é histórica e Marcelo Almeida já viveu de diversas perspectivas, desde torcedor, a funcionário do clube, como médico, assim como conselheiro e agora presidente-executivo. O dirigente, perguntado sobre o jogador do rival que mais lhe deu dor de cabeça, recordou que o “Donizete, volante, tinha uma briga pessoal com o Marquinhos, aquele que era lateral nosso. Lembro que todo clássico Marquinhos e Donizete brigavam, mas nunca teve nada demais e era aquela briga que fazia parte do processo. Acho que isso sim pode existir, nada mais além disso”.

Já sobre o jogador do Vila Nova que gostaria que tivesse jogado no Goiás no passado, o dirigente afirmou, de forma exclusiva ao repórter André Rodrigues, que “vocês (da Sagres 730) têm um cara que é fantástico, um ‘gentleman’. Vocês chamam ele de o ‘maestro’ Tim. Esse é um cara que acho que tem um perfil que talvez na época poderia ter encaixado”. Meio-campista, o hoje comentarista Carlos Eduardo Tim passou pela clube colorado em duas oportunidades.

Enquanto Marcelo Almeida encerra o seu mandato como presidente-executivo do Goiás no final do ano, o rival já mudou sua direção, agora encabeçada por Hugo Jorge Bravo. O dirigente esmeraldina ressaltou que ainda não teve a chance de falar com o mandatário vilanovense. “De fato, eu tinha um convívio muito harmonioso com o ex-presidente, o Ecival (Martins). Sos tornamos amigos nessas viagens que fazíamos de dirigentes, cada um defendendo o interesse do seu clube. Não tive ainda a oportunidade de conhecer o Hugo, mesmo porque ele assumiu a presidência recentemente e coincidiu de eu estar viajando. Mas acredito que foi falta de oportunidade e em breve vamos estar se conhecendo”, reforçou.

Além do Vila Nova neste domingo, no estádio Hailé Pinheiro, o Goiás também tem que voltar suas atenções para outras competições. Primeiro, a Copa do Brasil, quando enfrenta o Fast Club-AM na próxima quarta-feira (5), às 22h30, em Manaus, e depois o Sol de América-PAR, pelo jogo de ida da Copa Sul-Americana, às 21h30, na região metropolitana da capital paraguaia Assunção.

Se o clássico contra o Vila Nova é um motivador ainda mais para os próximos jogos do Goiás, Marcelo Almeida frisou que “primeiro, temos que ressaltar com relação ao planejamento. O professor Ney fez um planejamento exatamente no sentido de poder contar com as peças que ele considera que, de repente, como titulares já para o jogo contra o Vila Nova. Acho que ele fez isso de uma forma muito bem planejada e cronometrada”

“Apesar de serem três competições muito diferentes, o time é o mesmo. Acho que serve sim de um embasamento, porque no domingo já vamos ter a cara do time que vai dar sequência no projeto. Na quarta-feira, a Copa do Brasil, que provavelmente as peças utilizadas deverão ser as mesmas. Na semana seguinte, a Copa Sul-Americana, e da mesma maneira teremos as mesmas figuras. Acho que essa sequência é extremamente favorável e salutar, porque vai dando conjunto para a equipe”, complementou.

Na conversa com André Rodrigues o mandatário esmeraldino destacou outros assuntos importantes no Goiás:

– Renovação do volante Léo Sena

– Deficit mensal

– Destinação do dinheiro com a venda de Michael

– Venda de uniformes

Confira a integra da entrevista de Marcelo Almeida à Rádio Sagres

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