O início do ano letivo ficou marcado por preocupação diante da sequência de ataques em escolas e ameaças de novos episódios que trouxeram tensão para a comunidade escolar. Então, como resposta à sociedade, o Ministério da Educação (MEC) realiza o 1º Seminário Internacional sobre Segurança e Proteção no Ambiente Escolar, em Brasília, nesta terça-feira (30) e na quarta-feira (31).

“Esse seminário foi sugerido para ouvir não só experiências aqui no Brasil, mas experiências de fora do Brasil. Aqui teremos especialistas dos Estados Unidos, do México, de Marrocos, da Colômbia. Vamos conhecer experiências também da justiça restaurativa, que já acontece aqui no Brasil”, afirmou o Ministro da Educação, Camilo  Santana.

Segundo o MEC, o objetivo com a realização do seminário é conhecer iniciativas bem-sucedidas produzidas e implementadas no Brasil e no exterior para, assim, enfrentar a violência nas escolas.

“É importante criar uma cultura de paz dentro das escolas, com grupos de discussão e instrumentos que possam identificar os nossos jovens com problemas dentro da escola, problemas de bullying, problemas de comportamentos, para que possamos apoiar com profissionais na área, pois, nós não queremos perder nenhum aluno dentro da escola”, disse Santana.

Segurança

Serão dois dias de evento com especialistas e autoridades nacionais e internacionais em palestras e conferências para discutir segurança e proteção nas escolas. Ademais, a abertura do seminário ocorreu no Plenário do Tribunal Superior do Trabalho, com transmissão ao vivo pelo Youtube.

Santana relembrou os “episódios lamentáveis” de violência  que ocorreram no Brasil e avaliou que houve um movimento imediato do governo federal, com ações emergenciais para coibir os ataques. O ministro destacou entre as ações a reunião dos poderes e autoridades constituídas em torno do problema “para somar esforços”.

“O ambiente escolar deve ser um ambiente de paz, tolerância, de construção de um futuro das nossas crianças e jovens brasileiros. É um ambiente de esperança. A escola é um ambiente exatamente ao contrário do que aconteceu nesses episódios. E aí exige uma série de movimentos e ações importantes em vários setores e em várias esferas da federação”, afirmou.

Educação

Luiz Philippe Vieira de Mello Filho, ministro Tribunal Superior do Trabalho, destacou na abertura do seminário que o país enfrenta muitas causas cruciais para atingir um desenvolvimento pleno. No entanto, o ministro apontou que a educação talvez tenha que ser encarado como o pilar mais importante.

“O Tribunal da Justiça Social é um tribunal aberto para as grandes causas brasileiras e essa talvez seja a maior delas, porque a educação pública é aquela que reflete o nosso país e a consistência da construção do nosso país, das oportunidades e, sobretudo, da formação do nosso povo”, disse Mello Filho.

O ministro da Educação ressaltou essa importância em número apontando para o alto índice de evasão e reprovação na educação do país. Segundo Santana, os dois índices são um “grande desafio para o Ministério da Educação”.

“Apenas 64% das crianças que entram no ensino básico terminam o ensino médio, [olha] a quantidade de jovens que estamos perdendo ao longo da educação básica desse país”, detalhou. 

Em vista de resolver o problema educacional, Camilo Santana então argumentou a favor da escola integral, atual política pública que o governo está tentando aprovar. “É por isso que o presidente lançou recentemente uma política de escola em tempo integral e o Ministério vai apoiar e induzir tecnicamente e financeiramente às escolas matrículas de tempo integral nesse país. Então é esse ambiente que nós queremos construir e esse seminário faz parte dessa construção”.       

Grupo interministerial

O presidente Luiz Inácio da Silva instituiu via decreto o Grupo de Trabalho Interministerial para propor políticas de prevenção e enfrentamento da violência nas escolas.  Assim, o objetivo é realizar estudos sobre o contexto e propor políticas públicas para a prevenção e o enfrentamento da violência nas escolas. Então, Santana destacou que após 90 dias, o GTI precisa apresentar a Política Nacional de Enfrentamento à Violência nas Escolas.

O Grupo de Trabalho Interministerial reúne os ministérios da Educação; da Justiça e Segurança Pública; dos Direitos Humanos e da Cidadania; das Comunicações; da Saúde; da Cultura; do Esporte e a Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República.

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