A Polícia Civil de Goiás (PCGO), por meio da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), deflagrou na manhã desta quarta-feira (26), a Operação Mérida, que investiga indícios de fraude em 20 licitações ocorridas na Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO), entre os anos de 2013 e 2018. São cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e bloqueio de bens e valores no montante de R$ 58 milhões.

A investigação aponta para o envolvimento direto de uma empresa, além de duas outras que participaram do certame como sócias ocultas, com a fraude buscando beneficiar amigo dos servidores pregoeiros. Os envolvidos são investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro. Ao final de 30 dias, tempo previsto para conclusão da apuração, mandados de prisão podem ser expedidos. Os servidores que ainda trabalham no serviço público serão afastados e proibidos de participar de novas licitações.

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O delegado Francisco Lipari, responsável pela investigação, afirmou que a empresa vencedora dos certames recebeu cerca de R$ 56 milhões pelos serviços prestados. “Apuramos que o esquema teria sido arquitetado pelo então gerente de informática e telecomunicações que atuava na pasta, que teria coordenado os pregoeiros que atuaram nesses procedimentos, no sentido de desclassificar irregularmente as empresas licitantes”, detalhou o delegado que ainda disse que os R$ 58 milhões bloqueados serão utilizados para o ressarcimento dos danos causados.

Lipari contou que foram diversos produtos vendidos para o Estado, mas chamou atenção para dois contratos. “A locação de 500 câmeras de alta definição de videomonitoramento do Estado, com contrato orçado em R$ 46 milhões. E um segundo contrato para locação de 50 câmeras, também de alta definição, com contrato no valor de R$ 7 milhões”.

O secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, esclareceu que dentre os servidores investigados, seis são efetivos. Destes, cinco vinculados à SSP-GO, serão devolvidos às devidas corporações. Além disso, para evitar interferência no processo dos investigados, todos serão proibidos de exercer funções administrativas. “E vão com a determinação de instauração de procedimento disciplinar. Vamos dar qualquer possibilidade de defesa, mas seremos muitos rigorosos, porque os fatos são muito graves e o montante é muito grande”, declarou.