O decreto publicado pelo governador Ronaldo Caiado na noite da última segunda-feira (30) propõe isolamento intermitente para combater o aumento dos casos de covid-19 no estado de Goiás. A medida, porém, causa impacto nos clubes da capital que já retornaram aos treinamentos. O primeiro foi o cancelamento do torneio amistoso que seria realizado pela Federação Goiana de Futebol na segunda quinzena de julho.
Apesar do documento publicado no Diário Oficial, Atlético, Goiás e Vila Nova aguardam o posicionamento da Prefeitura de Goiânia que pode ou não seguir essas determinações. Se depender do Governo, as equipes terão de cumprir o isolamento e interromperem os treinos nos 14 dias de isolamento, como afirmou o Secretário Geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima à Sagres 730.
“Nesse momento do isolamento não (permissão para treinar), nos 14 dias de abertura sim. Por mais que você tenha controle através de testes, essas pessoas circulam. Os exames têm uma janela de identificação do vírus muito curta, principalmente o PCR, por exemplo, uma pessoa que se infectou ontem, você testa ela hoje e vai dar negativo, aí amanhã começam os sintomas e depois de amanhã ela já está transmitindo para outros. No momento em que estamos tomando medidas mais rigorosas para controlar o avanço da pandemia, não dá permitir que essas atividades aconteçam. Pelo menos nos 14 dias de isolamento, não”.
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Adriano da Rocha Lima [Foto: Arquivo / Sagres 730]
Ele ainda criticou o argumento utilizado por muitos dirigentes de que é mais seguro fazer as atividades nos centros de treinamentos do que arriscar que os atletas treinem em parques pela cidade.
“O Governo não pode adotar uma medida pressupondo que o jogador de futebol vai ser irresponsável, não seguir o decreto e treinar em parques de maneira individual. Isso não pode acontecer. Os clubes terão de pensar em uma metodologia de treinamentos diferenciada que tenha essas intervalos de 14 em 14 dias. Esses atletas de alta performance podem minimizar esse impacto dos 14 dias de isolamento com atividades em casa e voltarem de forma mais intensa nos outros 14 dias”, disse
O secretário ainda revelou outro problemas que os clubes terão de enfrentar com o retorno do futebol previsto para agosto segunda a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Com Estádio Hailé Pinheiro e Antônio Accioly em reforma, as opções seriam Serra Dourada e Olímpico que, por serem administrados pelo Governo, não estariam liberados nos 14 dias de isolamento.
“Diante do decreto existente hoje, não (Olímpico liberado). Pode ser que quando chegar em agosto nós já tenhamos um cenário mais controlado e essa política possa ser revista, mas baseado no decreto vigente que tem essa alternância e ainda não se sabe quanto tempo será necessário, não. Os jogos não poderão ser no Olímpico”, destacou.
Ouça na íntegra a entrevista de Adriano da Rocha Lima na Sagres 730: