O Cerrado registrou em janeiro a menor área de desmatamento dos últimos 11 meses, mas a perda é 10% maior comparada a janeiro de 2023. O Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado (SAD Cerrado) registrou perda de 50.856 hectares de vegetação nativa em janeiro, área equivalente à da cidade de Maceió, capital de Alagoas.
Os alertas de desmatamento no bioma caíram 48% em relação ao último mês de dezembro, quando o SAD Cerrado registrou 98.108 hectares devastados. Porém, em janeiro deste ano foram perdidos quase 51 mil hectares e em janeiro de 2023 foram 46.329 hectares.
A maior parte deste desmatamento ocorreu em propriedades privadas, que são responsáveis por 74% da perda de vegetação nativa do Cerrado em janeiro. A devastação em áreas protegidas são 9% do total. Os especialistas da região chamam o Cerrado de “bioma de sacrifício”, porque enquanto o governo torna cada vez mais rígidas as leis de proteção da Amazônia, ao mesmo tempo ele não muda as leis que desprotegem o Cerrado.
A lei permite que os proprietários rurais possam desmatar até 80% da vegetação do bioma em suas terras privadas. A alta taxa de permissão coloca em risco a segurança hídrica do país, por exemplo, porque o bioma é conhecido como o berço das águas brasileiras por concentrar nascentes de oito importantes bacias hidrográficas do Brasil.
Nova fronteira agrícola
A principal fonte de desmatamento no Cerrado está na nova fronteira agrícola do país, a região conhecida como Matopiba. Formada pelos estados Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, a Matopiba registrou sozinha perda de vegetação nativa de 64% em janeiro.
Segundo o SAD Cerrado, os estados que lideram o desmatamento no Cerrado são: Maranhão (9.688 hectares); Piauí (9.631 hectares); e Bahia (9.073 hectares).
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática.
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