Foto: Johann Germano/Sagres On

Em uma dissertação realizada na Universidade Federal de Goiás (UFG), um mestrando desenvolveu um método capaz de simular os resultados de medidas no transporte coletivo de Goiânia, antes que ela sejam implementadas. A pesquisa foi realizada pelo aluno Welton Cardoso do Carmo, do Instituto de Informática da UFG, e teve como orientador o professor Humberto José Longo.

“A gente consegue detectar com clareza os efeitos de intervenções. Como essa região é muito representativa, ela vai refletir no restante da rede. A gente pegou uma região que é compreendida entre Praça Cívica, Araguaia, Independência, República do Líbano e Alameda dos Buritis, toda essa região central. Por ali passam mais de 60 linhas de ônibus e tem mais 160 pontos de ônibus”, afirma. 

Baseadas em dados reais, as análises apontam medidas consideradas simples que poderiam beneficiar o transporte coletivo de Goiânia. “O primeiro que a gente testou foi não alterar praticamente nada sem implantação de nenhuma linha, apenas aumentar a frequência de algumas linhas que a gente considerou que eram importantes para o comportamente do sistema como um todo. Só essa pequena alteração já representou um ganho significativo da qualidade”, afirma. “Outro cenário que a gente testou foi a implantação de uma linha circular no Centro”, esclarece. 

A intenção com o acréscimo de uma linha circular no Centro, segundo Longo, é fazer com que as pessoas caminhem menos de um local a outro da região. 

As constatações do levantamento realizado pelos especialistas da UFG já foram apresentadas à Companhia Metropolitana de Transportes Coletivos (CMTC), que recomendam o investimento em pesquisa antes do feito em intervenções.

Além da contribuição do professor Humberto Longo e do mestrando Welton Cardoso do Carmo, ainda contou com a idealização do professor Brian Hall do Instituto de Matematica e Estatistica da UFG. 

“O cenário C (linha circular na área central de Goiânia), à primeira vista, sugere uma alteração que poderia trazer possíveis melhorias ao sistema de transporte (por exemplo, redução do custo nas baldeações e redução do tempo de traslado a pé). No entanto, este foi o único cenário que apresentou uma qualidade inferior ao do cenário cenário atual. Ou seja, se tal cenário fosse implantado sem um estudo prévio, a qualidade do transporte coletivo em Goiânia poderia piorar ainda mais”, explica Welton.

Resultado final

Os resultados, após as diversas simulações feitas, apontam que o cenário B (aumento da frequência de ônibus em determinadas linhas) apresenta a melhor qualidade para o transporte público da cidade, já que tende a reduzir o tempo de espera nos pontos e possibilita maior conforto para os passageiros. Os pesquisadores destacam ainda que o trabalho pode ser aprimorado com a obtenção dos dados reais da atual demanda do transporte coletivo, o que possibilitaria a realização de análises ainda mais realistas e com maior precisão.

Com informações da UFG