O estudo da Universidade de São Paulo (USP) traz informações sobre a ausência de políticas e ações que contribuem para que mulheres alcancem cargos de gestão no esporte.

De acordo com a pesquisadora responsável, Natacha Manchado Pereira, a falta de equidade de gênero em setores corporativos no cenário é reflexo de desigualdades estruturais presentes na sociedade.

Estudo

Segundo texto divulgado pela universidade paulista, o estudo foi dividido em duas fases distintas. Nesse sentido, o estudo avaliou documentos que apresentavam planejamentos e programas para políticas que procuram adotar mudanças.

Na segunda fase, mais prática, o estudo ouviu gestoras e cogestoras, como modo de avaliar impacto das políticas que visam equidade de gênero.

“O esporte, como uma manifestação cultural, acaba refletindo todas as ações que a gente encontra na sociedade em geral e isso se reflete nas ações corporativas. Então, a gente percebe essa falta de oportunidade para as mulheres”, destacou Pereira.

Barreiras

Ademais, o estudo constatou a existência de barreiras significativas para que mulheres acessem cargos de liderança no cenário esportivo. Para a pesquisadora da Escola de Educação Física e Esporte da USP, as mudanças só poderão ser notadas com a execução de medidas concretas.

Nesse cenário, muitas vezes os critérios para a escolha de alguns cargos não são transparentes. Assim, as tradicionais indicações no mercado de trabalho podem dificultar a ascensão de mulheres gestoras.

“Essa questão de indicação reflete a reprodução homóloga de uma manutenção masculina, ou seja, têm homens sempre no poder que acabam indicando outros homens, que indicam outros homens e esse ciclo se repete”, ressaltou.

Para ela, uma postura importante é a de políticas de recrutamento com critérios mais claros, e a presença de mentorias específicas para mulheres na área de gestão do esporte.

Histórias

Em entrevista ao Sistema Sagres de Comunicação, Luiza Estevão, enquanto ainda ocupava o cargo de dirigente principal do clube Brasiliense, time de futebol do Distrito Federal, comentou sobre a realidade de ser mulher em um ambiente marcado majoritariamente por lideranças masculinas.

“No primeiro ano de gestão, o Brasiliense não ganhava o campeonato há alguns anos, e levantamos a taça do Candangão e voltamos ao cenário nacional. Não gosto de aparentar que sou melhor do que os outros, mas muitas pessoas, por ser muito nova e mulher, tentam desmerecer o meu trabalho”, afirmou.

*Com informações do Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 05 – Igualdade de Gênero e ODS 10 – Redução das Desigualdades.

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