Vamos falar sobre a importância de ocupar os nossos espaços? E uma indicação importante para gerar visibilidade sobre esse assunto é o documentário lançado pelo Coletivo de Mulheres Jornalistas ‘Em Todo Lugar Há De Haver Elas’. A produção é um recorte da realidade vivenciada por mulheres negras em suas jornadas, ao ocupar espaços, majoritariamente, brancos como de advogadas e médicas e os desafios deste movimento.
A discrição da obra fala sobre sete mulheres que sonham com profissões onde há pouca representatividade e muitas vezes falta de empatia.
O curta começa com imagens de protestos e manifestações de pessoas negras que lutam por direitos iguais e contra o racismo. Já nos primeiros segundos ouvimos relatos de mulheres que foram descredibilizadas, com relação aos cargos que ocupam, como se a cor da pele e o gênero influenciasse na capacidade profissional.
Descredibilização
A médica Fernanda Bertoldo conta que por diversas vezes se sentiu constrangida e teve que explicar e provar que era médica responsável pelo setor, mesmo que estivesse uniformizada e com crachá.
“Por mais que já temos mulheres negras na medicina, a área ainda é sim ocupada na maioria por pessoas brancas. E é muito difícil porque eu tenho que constantemente provar minha competência”, conta a médica.
Ao decorrer do documentário surgem diversas questões necessárias como a importância de grupos de discussão étnicos raciais, religião e disparidade salarial.
Falta de referências
Outra questão levantada durante a obra é a dificuldade das crianças negras em se enxergar em algumas profissões devido à falta de referências. Foi o caso da diretora da Secretária Geral da OAB Subseção Santo Amaro, Viviane Scrivani.
“Eu nunca imaginei estar na posição que eu estou, há 20 anos atrás. Por que nós anos 80 e 90 não tínhamos referências visíveis de sucesso e as que existiam eram pouco difundidas”, afirma a advogada.
Em Todo Lugar Há De Haver Elas
O documentário conta com falas importantes de Marielle Franco, socióloga com mestrado em Administração Pública, eleita vereadora da Câmara do Rio de Janeiro pelo PSOL. Ela teve seu mandato abreviado por uma execução cruel, em 14 de março de 2018. Além disso, tem falas da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, imagens de manifestações e experimentos sociais que mostram o racismo estrutural que rodeia o Brasil. O documentário pode ser encontrado gratuitamente no canal do youtube Instituto Mulheres Jornalistas.
Este conteúdo está alinhado a Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). O Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 10 – Redução das Desigualdades.
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