Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2021 a cobertura vacinal contra Poliomielite foi de apenas 67,71%. Desde 2014, a cobertura vacinal contra a pólio no país está abaixo de 95%, número que é considerado a meta para a proteção contra a doença.

Para saber como está o cenário e os fatores envolvidos nesta questão, a reportagem da Sagres ouviu a coordenadora de ações em imunizações da Secretária Estadual de Saúde, Allessandra Santana, que fez um alerta sobre os números da vacinação em Goiás.

Ouça ““Pólio pode voltar, caso as pessoas não busquem vacinação”, afirma especialista” no Spreaker.

“Infelizmente nossas coberturas vacinais não estão com números adequados, recomendados pela Ministério da Saúde, não só a Pólio, mas também várias outras vacinas. A Poliomielite hoje no estado de Goiás está com o percentual de 70,8%, bem abaixo do recomendado, que é de 95%. Isso faz acender um alerta para toda a população, estamos em risco, principalmente às crianças,” revela Allessandra.

Segundo a coordenadora, o vírus da Poliomielite ainda está presente em alguns territórios e que, apesar de ter sido eliminada das Américas, existe o risco de que ele volte a ser presente no Brasil.

“O risco de retorno da Poliomielite existe, há muitos anos foi ela erradicada das Américas, mas o vírus ainda é presente em outros territórios. Com a crescente globalização, as várias viagens internacionais, com pessoas saindo do país e também chegando em nosso estado, faz crescer o risco de que o vírus volte ao nosso território,” alerta a especialista.

Fake news

Allessandra Santana afirmou também que devido ao sucesso das campanhas de vacinação do passado, várias doenças não estão mais presentes, o que causa uma falsa sensação de segurança. Segundo ela, outro fator que atrapalha é a disseminação as informações falsas.

“Desde 2016, às coberturas vacinais vem caindo, não só em Goiás, mas em todo o Brasil. Devido ao sucesso da vacinação, as pessoas não conhecem certos tipos de doenças, o que traz uma falsa sensação de segurança. Outro fator são as fake news que viralizam nas redes sociais, grupos antivacina infelizmente disseminam informações sem cunho científico, e que atrapalham muito,” disse a coordenadora.

Ela disse ainda que só há uma maneira de reverter este cenário: fazer com que as pessoas busquem a vacinação.

“As pessoas não estão buscando a vacina, mesmo com ela estando disponível nos postos de saúde. Várias são as doenças de origem viral que já possuem vacina. Tivemos a volta dos casos de Sarampo, depois de quase 20 anos. As vacinas são seguras e todos devem tomar,” reforça Allessandra.

Confira a entrevista completa:

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