Entre os clubes goianos, o Goiás é o que mais contratou jogadores estrangeiros. Nas temporadas de 2019 e 2020, o Verdão trouxe oito atletas do exterior: Nilson Loyola, Leandro Barcia, Keko Villalva, Kevin Quevedo, Sebastián Salazar, Ignacio Jara, Ariel Cabral e Juan Pintado. Nenhum deles estourou. A maioria fracassou, literalmente.

Dos que vieram de fora, o atacante Barcia foi o que mais jogou. Em 2019, realizou 48 jogos, marcou nove gols e deu três assistências. O volante Salazar, com a camisa do alviverde, ficou em campo apenas 20 minutos. Foi um fiasco.

Os jogadores foram todos embora. A maioria antes do término do contrato. Foi um enorme prejuízo técnico e financeiro para o clube. Só para o argentino Keko, o Goiás teve que pagar uma fortuna. O contrato dele tinha cláusula que indexava o pagamento em dólar. Pode isso?

Para esta temporada, o Goiás já contratou dois estrangeiros: Julián Palacios, meia-atacante que veio do San Lorenzo, e Raúl Lozano, lateral que veio do Quilmes, também da Argentina.

Hoje, 9, conversei com o vice-presidente de futebol Harlei Menezes sobre o assunto. Ele voltou a dizer que tem trauma de jogador estrangeiro. Harlei disse que não é o perfil de atleta que se encaixa no Goiás. Ele entende que a região Centro-Oeste não oferece condições viáveis para a adaptação dos jogadores. Mesmo assim, acha que tem exceções. Como, por exemplo, Palacios. Afirmou que monitorou o jogador por um período. Acredita que desta vez vai dar certo.

Sobre Lozano, Harlei disse que o atleta vem com o aval técnico de todos os envolvidos no futebol do Goiás. Acrescentou que não tinha detalhes da negociação. Que a parte financeira deve ser vista com o presidente licenciado do cargo, Paulo Rogério Pinheiro, e com o presidente do Conselho Deliberativo, Edminho Pinheiro.

Acho que o Harlei tem razão quando fala da dificuldade de adaptação dos estrangeiros. Realmente, aqui na região temos basicamente duas estações: quente e chuvosa e outra quente e seca. Para os atletas que vêm de uma região de clima temperado, como os argentinos, não é fácil.

Porém, acho que o maior problema é o nível técnico dos atletas contratados. O Goiás, sabidamente por questão de orçamento, busca reforços na periferia do mercado sul-americano. Isso leva o clube a errar mais.

No mercado nacional, o índice de acerto dos dirigentes esmeraldinos nas contratações tem sido bom. Fica o desafio de vencer o trauma e melhorar o aproveitamento na aquisição dos estrangeiros!

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