Apesar de elevações no preço na maior parte do primeiro semestre de 2022, o etanol está em tendência de queda neste mês de maio, em Goiás. Em entrevista à Sagres, o presidente do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol de Goiás (Sifaeg), André Rocha, alegou que a queda se deve a uma melhora na última safra da cana-de-açúcar no Centro-Sul brasileiro.

“Tivemos uma boa demanda do etanol na primeira quinzena de abril, depois uma redução na segunda. No início de abril tínhamos pouca oferta de produto, estávamos terminando a entressafra com poucas unidades em produção. A safra ficou mais forte a partir do dia 25 do mês passado”, explica.

O presidente do órgão revelou que ainda é cedo para definir números, mas, a princípio, os primeiros dias de maio refletiram em uma redução de 30 centavos nas usinas. A expectativa é de retorno, com redução nos valores, para o consumidor seja até o final do mês.

Além disso, André Rocha ressalta que Goiás é um estado por característica alcooleiro e destina, proporcionalmente, uma maior quantidade da safra de cana para a produção de etanol. Enquanto a safra do ano passado do Centro-Sul foi de 52% para álcool e 48% para açúcar, Goiás teve 77% da safra para álcool e consequentemente 23% destinada para açúcar.

O presidente ainda esclarece que as perspectivas futuras dependem de duas variáveis. “Por um lado, é importante um ambiente de segurança jurídica e de competitividade. Havendo segurança jurídica e o meio industrial entendendo que há competitividade, por não haver mudança na política do governo, tanto federal quanto estadual, o industrial pode fazer investimentos”.

Já o outro fator está relacionado ao clima, uma vez que a expectativa, conforme André Rocha, é uma “melhora climática”, com condições favoráveis para a produção da cana-de-açúcar.