A cidade de Anápolis não aderiu ao fechamento de atividades não essenciais juntamente com Goiânia e Região Metropolitana. No mapa de risco da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), a cidade aparece em uma região classificada como situação de calamidade e segundo a prefeitura, o risco de colapso do Sistema de Saúde do Município é moderado. A cidade tem, desde o início da pandemia, 23.611 casos confirmados da Covid-19, com 21.437 recuperados e 494 mortes, com taxa de mortalidade em 2,09%.

Hoje, a cidade tem uma taxa de ocupação de 70%, quando considerados 60 leitos exclusivos, com 42 pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Por isso, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, afirmou em entrevista ao Sagres Sinal Aberto, que um fechamento das atividades não essenciais não está descartado. “Se o número continuar aumentando, no momento em que nós chegarmos a taxa de ocupação que Goiânia e Aparecida tem hoje, nós tomaremos a mesma decisão”.

Ouça a entrevista na íntegra:

O prefeito explicou o porquê das diferenças entre as classificações do Estado e do Município em relação à situação atual da cidade. Segundo ele, os leitos de UTI contabilizados pelo Governo de Goiás são relativos aos disponibilizados para a Região dos Pirineus, que estão no Hospital de Urgência de Anápolis (HUANA), enquanto a cidade ainda tem mais 60 leitos exclusivos, mantidos pela administração municipal, que não entram na contagem feita pelo Estado.

“É preciso também levar em consideração que, dos municípios goianos, Anápolis é a cidade que tem o maior número de leitos de UTI per capita, quando você leva em consideração a população. Ou seja, nós temos 60 leitos de UTI exclusivos para os moradores de Anápolis. Então são 60 leitos de UTI para 350 mil habitantes”.

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O prefeito disse que está ciente da situação e que sabe que os números podem crescer. Pensando nisso, já decretou algumas medidas, como a redução na capacidade de lotação de locais como igrejas, além de alteração nos horários de funcionamento de bares e restaurantes.

“Agora, graças a Deus, nós temos uma realidade bem diferente de Goiânia e Aparecida. O que não significa que nós não chegaremos lá. Isso vai depender muito do comportamento das pessoas, isso vai depender muito da responsabilidade e da consciência de cada cidadão anapolino. E eu tenho dito isso em todas as minhas falas, olha, o que define se um município vai ter que fechar ou não é o comportamento das pessoas”.

Roberto explicou que quando medidas de isolamento social são tomadas, a intenção, além de diminuir o contágio, é reduzir as internações de uma maneira geral, como aquelas necessárias por acidentes de trânsito, por exemplo. “Quando você precisa de um leito de UTI para poder salvar a vida de uma pessoa que foi acidentada, esse leito de UTI deixa de estar disponível para atender uma pessoa que tem Covid”.

O prefeito ainda afirmou que a decisão de fechar as atividades não essenciais precisa ser tomada no momento certo. “A decisão, ela, claro, ela sempre busca estar salvando o maior número de vidas possível, mas busca também, equilibrar essa a questão econômica porque nós sabemos que o desemprego está aumentando de forma circunstancial”.

Assista ao Sagres Sinal Aberto desta segunda-feira (1º/03)