O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), defendeu durante prestação de contas da Câmara Municipal o fechamento de salas de leituras em parte das escolas para ampliar o número de vagas destinas à educação infantil. Em outubro, o secretário de Educação, Wellington Bessa, anunciou a substituição em 38 das 173 unidades, mas tem recebido questionamento judicial apresentado pelo Ministério Público Estadual e recomendação contrária assinada pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM).
“É uma questão de interpretação. Nós não estamos tirando o livro de ninguém, pelo contrário. Estamos investindo e colocando até mais livros nas escolas, agora de forma diferente. Nós não podemos ser obrigados, com desenvolvimento tecnológico no nosso país, manter uma sala só com livros, onde crianças muitas das vezes têm problemas ao entrar na sala de sinusite, inclusive por preocupação com a saúde da criança”, alega o prefeito.
“Nós estamos levando para a educação a tecnologia. Amanhã, as crianças não precisarão pegar mais livros escritos para poder ler. Ela vai ler no tablet, no celular, na casa dela no computador. Ela terá condições para isso. E isso é investimento”, completa Rogério Cruz. A argumentação foi rebatida ainda durante a sessão de prestação de contas pelos vereadores Aava Santiago (PSDB) e Mauro Rubem (PT). “Usar essa argumentação frouxa? Qualquer casa que não limpa vai dar ácaro. Se uma biblioteca numa escola está dando ácaro, é porque não está sendo bem cuidada”, responde o petista.
Negativo
O prefeito ainda garantiu que não fechamento e negou que a estratégia tenha objetivo de aumentar artificialmente o número de vagas para crianças entre 4 e 5 anos. “Não estamos fechando nada. Pelo contrário. Estamos usufruindo de um espaço para aumento de vagas nas escolas, mas temos também um outro programa de biblioteca nas escolas”.
Livros adoecem
“Me causa profunda perplexidade ouvir da boca do prefeito que livros causam sinusite. Eu já ouvi muitos absurdos quando se justifica o desdém pela leitura, agora que livros adoecem foi a primeira vez. Colocar acervos digitais não significa proporcionar uma experiência similar à de biblioteca”, replicou a vereadora Aava.
Renegociação
A Prefeitura de Goiânia prorrogou até o dia 22 de dezembro o prazo para que contribuintes renegociem débitos junto à gestão. O Programa de Recuperação Fiscal (Refis) inclui dívidas referentes a impostos e taxas municipais.
Formas
Os devedores que optarem pelo pagamento à vista podem emitir o boleto no site da prefeitura com até 99% de desconto em juros e multas. Há também a opção de parcelamento em até 60 vezes, com redução de 70% a 90% das penalidades resultantes da inadimplência. Para pagamento à vista, basta retirar o Documento Único de Arrecadação Municipal (Duam) pelo site da prefeitura.
Cobrança
O presidente da Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, André Fortaleza (MDB), afirmou ontem que não pretende tolerar a ausência de secretários municipais na Casa. O próprio presidente tem convocado os auxiliares do prefeito Vilmar Mariano (Patriota) para prestarem esclarecimentos.
Ausente!
Para esta segunda-feira (12), havia sido convocado o Secretário de Planejamento e Regulação Urbana, Júlio César, que explicaria critérios para o credenciamento e distribuição de vagas das feiras especiais de Natal na cidade já que o serviço foi terceirizado e o valor da taxa cobrada sofreu aumento. Só que ele não compareceu.
Contexto
O secretário comunicou que não iria apenas 30 minutos antes do início da sessão. “Não irei mais tolerar isso”, afirmou Fortaleza, que se posiciona como pré-candidato a prefeito na cidade, em oposição a Vilmarzin. O secretário de Infraestrutura, Mário Vilela, foi convocado em outubro, mas também se ausentou.
Cotações
A secretária de Economia em Goiás, Cristiane Schmidt, é cotada para comandar o Ministério do Planejamento, na equipe do presidente eleito Lula (PT). Schmidt está à frente da pasta em Goiás desde o começo da gestão de Ronaldo Caiado (UB).
Influências
A economista carioca, estaria no radar petista ao lado da também economista Esther Dweck, segundo o jornal O Globo. Esther foi secretária do ministério nas gestões de Nelson Barbosa e Miriam Belchior, na gestão de Dilma Rousseff (PT). Schmidt tem ligação com o vice eleito Geraldo Alckmin (PSB) e o economista Pérsio Arida, que também foi cotado.
Sondagem
A ex-secretária da Fazenda em Goiás, Ana Carla Abrão, também foi considerada para a mesma pasta, mas negou interesse de participar do governo.
